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| - Em cima, a imagem do chalet – ou “Escola Froebel / Creche do Jardim da Estrela / Lactário-Creche Nº 3”, denominação registada no portal do SIPA – Sistema de Informação para o Património Arquitectónico – ainda intacto, no Jardim da Estrela, Lisboa. Em baixo, a imagem do chalet já demolido, no âmbito de um processo de requalificação em curso.
As duas imagens servem de ilustração à denúncia, em post no Facebook datado de 20 de fevereiro. “Não tenho palavras, digam-me que é mentira. Crime! Demolição! Foi demolido totalmente o ‘Chalet Escola Froebel’ no Jardim da Estrela! É este o significado de reabilitação e restauro para a Câmara Municipal de Lisboa”, alega-se.
“A intervenção em curso (…) teve parecer favorável da Direção-Geral do Património Cultural. Visa conservar e restaurar o maior número possível de peças originais, assim como reabilitar as fundações de um equipamento do fim do século XIX, muito degradado devido à humidade e infestação das madeiras por térmitas”, justifica-se no comunicado remetido ao Polígrafo pela CML.
A autarquia assegura que “foi possível desmontar partes inteiras e emblemáticas do edifício. Estas peças, devidamente registadas e inventariadas, foram recolhidas para a oficina do carpinteiro subcontratado, onde serão alvo de operação de restauro para posterior utilização na reconstrução do edifício“.
“Na passada sexta-feira, 19 de fevereiro, foram concluídos os trabalhos de remoção das partes sobrantes do desmonte, cujo estado de degradação já não permite uma ação de recuperação”, informa a CML.
Em resposta ao Polígrafo, além do comunicado, a CML aponta para um relatório técnico indicando que “78% das madeiras, devido à ação das térmitas, eram irrecuperáveis“, sendo esta a explicação para os volumosos destroços visíveis na imagem.
“A reconstrução da arquitetura obedecerá, e respeitará, a concepção original do edifício, tanto nos materiais como no seu interior e nas fachadas”, garante a CML, realçando que o edifício restaurado irá acolher uma biblioteca municipal vocacionada para a divulgação da temática da conservação da natureza e da biodiversidade.
Numa publicação na página da CML no Facebook informa-se que a obra está orçamentada em cerca de 1.152.000 euros e o prazo de execução é de seis meses (a partir de janeiro de 2021), divulgando também imagens da obra em curso e do respetivo projecto.
Em suma, é verdade que grande parte do edifício em causa foi demolido, mas essa intervenção foi realizada no âmbito de obras de requalificação, visando “conservar e restaurar o maior número possível de peças originais, assim como reabilitar as fundações de um equipamento do fim do século XIX, muito degradado devido à humidade e infestação das madeiras por térmitas”, de acordo com a justificação da CML.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Verdadeiro” ou “Maioritariamente Verdadeiro” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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