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| - Sobre a proposta apresentada esta tarde no Parlamento pelo Governo, para aumentar os incentivos ficais em investigação e desenvolvimento empresarial, Mariana Mortágua quis focar na substância da medida: “Acontece que a única substância que há nesta proposta, quando ela é bem espremida, são os benefícios fiscais. O Governo do PS demite-se de fazer política industrial e entende que não só tem que adotar os termos vazios sobre suposta inovação e modernidade, como faz política como a Iniciativa Liberal a quer fazer.”
“É este critério que faz com que o dinheiro dos contribuintes esteja a ser usado, por exemplo, para financiar a Web Summit. Mas depois vamos ver o que interessa: qual é a percentagem de dinheiro público gasto em Investigação e Desenvolvimento em Portugal? Portugal está na cauda da Europa, estamos atrás do Chipre, da Croácia, da Grécia. Os números de investimento público em I&D envergonham-nos, ao mesmo tempo que temos os regimes fiscais mais atrativos da Europa para startups“, ironizou a deputada. Estará correta?
No ano de 2021, mostram os dados do Eurostat, a União Europeia gastou 328 mil milhões de euros em investigação e desenvolvimento, “um aumento de 6% em comparação com o ano anterior (310 mil milhões de euros). Em comparação com 2011, houve um aumento de 43,9%”.
Em Portugal, em termos numéricos, foram aplicados, em 2021, 3,6 mil milhões de euros à I&D, o que compara com os 3,2 mil milhões investidos em 2020. A lista é liderada pela Suécia, Áustria e Bélgica e Portugal surge em 15.º lugar, ou seja, mais ou menos a meio da tabela. Ainda em termos absolutos, Chipre (208 milhões de euros), Croácia (725 milhões de euros) e Grécia (2,6 mil milhões de euros) tiveram investimentos inferiores ao português.
Se olharmos para o investimento em I&D em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB), os dados mostram, para toda a União Europeia, “uma diminuição de 2,31% em 2020 para 2,27% em 2021”. Entre os Estados-membros da União Europeia, o maior peso de I&D em 2021 foi registado na Suécia (3,36%), seguida pela Bélgica (3,2%) e Áustria (3,19%). Pelo menos seis Estados-membros registaram um investimento em I&D abaixo de 1% do seu PIB, como foi o caso da Roménia (0,47%), Malta (0,63%), Letónia (0,69%), Bulgária (0,77%), Chipre (0,87%) e Eslováquia (0,93%).
Portugal investiu em 2021 cerca de 1,66% do seu PIB em I&D, ficando assim mais uma vez no meio da tabela (14.º lugar), e acima quer do Chipre (0,87%), quer da Croácia (1,24%), quer da Grécia (1,45%).
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Avaliação do Polígrafo:
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