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| - “Para vocês ficarem aqui com uma noção do que é que este senhor GNR está a fazer. Podem ver, já houve umas certas multas, portanto já passou as multas, agora já se vai embora, em cima do viaduto. Tem o carro aqui escondido, o radar não está identificado (…). É as multas lá para baixo para o viaduto, ali. Espetacular.” Este é o início da locução de uma filmagem que, durante 4m11s, acompanha o que parece ser uma operação da GNR – apenas com um militar – para registo de controlo de velocidade.
O elemento da GNR movimenta-se entre os dois lados do viaduto e aparenta fazer a recolha da informação do movimento ocorrido no plano inferior, numa autoestrada, através de um objeto que tudo indica ser um radar móvel mas que as imagens não permitem identificar com precisão.
A contextualizar a publicação da filmagem, que já conta com mais de 60 mil visualizações, pode ler-se esta mensagem explicativa: “Radar pistola laser LTI 20/20 #TruCAM 1 ou 2 da empresa Micotec electrónica Lda importado dos estados Unidos. GNR já tem modelos destes e já brincam com ele na variante dos Pousos” [concelho de Leiria, acesso que liga a autoestrada à cidade].
O cidadão que produziu o vídeo – publicado em setembro na conta de Facebook de um grupo público – deixa a questão se este procedimento é legal – “digam-me se isto é legal, se isto é normal?”.
O Polígrafo questionou a Guarda Nacional Republicana (GNR) sobre a veracidade destas imagens e, se verdadeiras, qual o enquadramento legal para esta ação do militar, quer do ponto de vista do registo de velocidade através daquele método/objeto, quer na perspetiva desta ação ser realizada somente por um elemento da GNR, facto não habitual.
A Divisão de Comunicação e Relações Públicas desta força de segurança confirma que as imagens não foram manipuladas e que correspondem a um controlo de velocidade: “O emprego do meio identificado nas fotografias enviadas concorrem efetivamente para esse fim. Trata-se de um Cinemómetro Laser Technology TruCAM LTI 20/20. É um aparelho pequeno e leve que permite controlar a velocidade de circulação dos veículos e registar, através de uma fotografia, aqueles que circulam acima dos limites legalmente estabelecidos.”
Este equipamento, dada a sua versatilidade, “permite ainda controlar a velocidade de circulação em diferentes cenários, num tempo muito reduzido, graças à facilidade de transporte, montagem e ajuste do dispositivo“. A GNR refere ainda que este equipamento se enquadra na aquisição, durante os últimos anos, de “diferentes aparelhos de controlo de velocidade” de modo a poder “aumentar a eficácia do controlo de velocidade”.
Sobre a legalidade de toda a operação, a GNR é taxativa: “O modus operandi registado nas fotografias enviadas cumpre os requisitos da Lei em matéria de controlo de velocidade (…), estando esta ação inserida num modelo de patrulhamento que visa aumentar a expectativa de fiscalização nos utentes. Independentemente do aparelho, o controlo de velocidade pode ser efetuado por um só militar.”
As imagens publicadas no Facebook correspondem à realidade e não foram truncadas. É, pois, verdadeiro que a GNR procedeu a um controlo de velocidade a partir de um viaduto, com apenas um militar, recorrendo a um dispositivo discreto, que capta a velocidade dos veículos e regista-a em fotografia. A GNR garante a legalidade de todo este procedimento.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Verdadeiro” ou “Maioritariamente Verdadeiro” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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