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| - “‘A guerra não existe. É um conflito diplomático’. Mariana Mortágua, 21/2/22, fez ontem um ano.”
O tweet é de Sebastião Bugalho, comentador político, publicado no dia 22 de fevereiro.
A tensão junto às fronteiras ucranianas com a Rússia começou a assumir protagonismo nos espaços mediáticos portugueses a partir do final de janeiro do ano passado.
No programa “Linhas Vermelhas”, na SIC Notícias, onde Mariana Mortágua mantinha um debate semanal com o ex-dirigente do CDS-PP, Adolfo Mesquita Nunes, o tema foi objeto de discussão no dia 14 de fevereiro, e a deputada do Bloco de Esquerda afirmou:
“Não me parece que a questão de fundo, o que aqui está em causa, seja a questão da Ucrânia em si, a invasão da Ucrânia. O que está em causa é o espaço que é dado à Rússia e o espaço de influência da Rússia perante esta chegada da NATO às suas fronteiras. E como é que se resolve o problema. Porque não deixa de ser irónico que, quer as autoridades ucranianas quer as autoridades russas, não tenham posto em cima da mesa a invasão. É verdade que as tropas estão lá, estão lá num movimento político de pressão, mas não falaram em invasão. Quem tem anunciado a invasão são as autoridades norte-americanas com declarações até a subir o nível, bastante arrogantes, por parte do presidente americano, que parece que agora entrou numa luta de galos com o presidente russo, que também é conhecido por este tipo de abordagens.”
Uma semana depois, as movimentações russas, a iminência de um conflito militar e o posicionamento dos Estados Unidos voltaram a ser debatidos. Mariana Mortágua, disse então:
“As sucessivas declarações ou premunições ou antecipações de uma guerra que ainda não existe não me parece ser uma boa política. A guerra não existe. É um conflito diplomático. Pode vir a ser, pode não vir a ser, nós queremos evitá-la. E não se evita uma guerra assumindo que ela existe. (…) Eu acredito em soluções diplomáticas, sempre acreditei, porque não se evita uma guerra fazendo a guerra. (…) O que está em causa, é se a atitude dos Estados Unidos contribuiu ou não para escalar este conflito e se a atitude da NATO foi ou não responsável para escalar este conflito.”
Este é o conteúdo integral do trecho de onde é retirada a citação da autoria de Mariana Mortágua. Nesta data – segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022, ainda não tinha sido iniciada a invasão russa, que começaria a concretizar-se três dias depois, na madrugada de dia 24.
É, assim, verdadeiro que Mariana Mortágua afirmou que a guerra não existia, mas ainda antes da invasão russa se iniciar. A declaração antecedeu em dois dias e poucas horas os primeiros bombardeamentos, embora já com Moscovo a ter posicionadas as suas tropas na fronteira com a Ucrânia e a reconhecer a independência das províncias de Donetsk e Lugansk.
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Avaliação do Polígrafo:
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