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| - As redes sociais têm sido, desde 24 de fevereiro, o palco para a disseminação de desinformação sobre a guerra na Ucrânia. Desta vez, alega-se no Twitter e no Facebook que a mulher do comandante ucraniano do batalhão nacionalista Azov que liderou a resistência na fábrica de Azovstal, em Mariupol, aparece a realizar a saudação nazi e a envergar uma bandeira com a cruz suástica em várias fotografias.
Um tweet publicado a 16 de maio divulga duas fotografias de uma jovem loira, uma delas em frente a um microfone e a outra a erguer uma bandeira nazi. “À esquerda, a mulher de um membro do batalhão Azov caracterizada como doente na televisão francesa. À direita, a mesma esposa descaracterizada”, garante-se em espanhol na legenda da publicação. Mas as fotografias mostram pessoas diferentes.
A fotografia da esquerda mostra Kateryna Prokopenko, casada com Denis Prokopenko, o comandante do batalhão nacionalista Azov, numa entrevista no canal de televisão francês “BFM TV”.
Apesar das semelhanças físicas, a mulher que surge na fotografia da direita não é Kateryna Prokopenko, mas sim Victoria Zaverukha, uma jovem ucraniana que publica há vários anos fotografias nas redes sociais a envergar símbolos nazis em bandeiras, t-shirts e até tatuagens. Foi noticiado, em 2015, que Zaverukha tinha estado envolvida na morte de dois polícias em Kiev, na sequência de um assalto à mão armada.
Segundo o canal francês, a propagação desta informação falsa nas redes sociais começou no próprio dia da entrevista, com a divulgação de uma terceira fotografia em que outra jovem loira surge a realizar a saudação nazi. Ora, mais uma vez não se trata da entrevistada.
Perante a polémica gerada pela associação das fotografias das duas mulheres ucranianas, o próprio canal de televisão francês “BMF TV”, que entrevistou Kateryna Prokopenko a 13 de maio, realizou uma verificação de factos em que desmente que a mulher do militar ucraniano seja a mesma pessoa que surge nas restantes fotografias.
Segundo o canal francês, a propagação desta informação falsa nas redes sociais começou no próprio dia da entrevista, com a divulgação de uma terceira fotografia em que outra jovem loira surge a realizar a saudação nazi. Ora, mais uma vez não se trata da entrevistada.
Segundo a plataforma de verificação de factos da publicação italiana “Open“, esta imagem é partilhada há pelo menos 12 anos e, ao que tudo indica, as raparigas que figuram na imagem são polacas. Não existe qualquer prova que associe esta jovem à mulher do comandante do batalhão Azov. Na sua conta oficial de Twitter, Kateryna Prokopenko tem desmentido os conteúdos em que é identificada de forma falsa nestas fotografias.
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Avaliação do Polígrafo:
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