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| - “Christian Bruckner viveu entre uma carrinha e uma casa junto à praia da Luz até Madeleine desaparecer. Na fatídica noite de 3 de maio recebeu uma chamada suspeita de um número de telefone português, que durou meia hora. Bruckner recebeu a chamada junto ao apartamento onde Madeleine dormia com os irmãos. Desligou precisamente quando os pais se preparavam para deixar os filhos sozinhos e partirem para o jantar com os amigos 50 metros abaixo do apartamento. Eram 8h da noite. Esta pode ter sido a hora dos crimes: rapto, abuso sexual e homicídio. (…) A criança terá sido trazida para a casa, que nunca foi alvo de qualquer perícia forense na altura em que Madeleine desapareceu”, descreve-se no texto da publicação em causa.
“O raptor de Madeleine McCann foi libertado pouco antes do crime, depois de cumprir nove meses de prisão na cadeia de Portimão por vários furtos. O alemão já tinha sido preso em Portugal em 1999. O nome de Christian Bruckner não é uma novidade para as autoridades portuguesas. Em 1999, três anos depois de ter chegado a Portugal, o então jovem Christian foi preso e cumpriu dois meses de prisão na cadeia de Évora por pequenos furtos. Depois de libertado, conseguiu manter-se longe dos problemas legais até 2006, quando foi novamente detido, agora para cumprir uma pena de nove meses. O roubo de combustível terá sido a gota de água que o levou pela segunda vez à prisão”, acrescenta-se.
É verdade que está “confirmado” que “Christian Brueckner raptou e matou Maddie McCann”?
De acordo com a informação oficial disponível, Christian Brueckner é o mais recente suspeito de estar envolvido no desaparecimento de Madeleine McCann em 2007, mas não está de todo “confirmado” que tenha raptado e matado a criança inglesa.
“O Departamento Federal de Polícia Criminal da Alemanha, Bundeskriminalamt (BKA), assume sem rodeios que o alemão de 43 anos que alegadamente estará envolvido no desaparecimento de Madeleine McCann, em 2007, no Algarve, é suspeito de ter morto a criança“, noticiou o jornal “Público”, no dia 5 de junho de 2020. “‘Em relação ao desaparecimento, no dia 3 de Maio de 2007, da menina inglesa Madeleine Beth McCann, então com 3 anos de idade, de um aparthotel na Praia da Luz, em Portugal, o Ministério Público de Braunschweig intentou uma acção contra um cidadão alemão de 43 anos por suspeita de assassínio’, revela um comunicado da BKA”.
“As autoridades alemãs já enviaram para Portugal cinco pedidos de cooperação internacional relacionados com este suspeito, como confirmou ao ‘Público’ a Procuradoria-Geral da República (PGR). A Polícia Judiciária (PJ) e o Ministério Público de Portimão estão a realizar várias inquirições de testemunhas esta semana no Algarve, uma parte das quais nunca tinha sido ouvida e outra que volta agora a ser inquirida. O caso continua nas mãos da coordenadora superior da PJ, Helena Monteiro, que, em 2011, foi convidada pela então direcção nacional para reanalisar o caso, e que se encontra em Portimão desde o início desta semana”, informa-se na mesma notícia.
Entretanto, a Procuradoria da República da Comarca de Faro anunciou ontem, dia 9 de junho, que está a proceder a um levantamento dos processos que relacionam o cidadão alemão suspeito no desaparecimento de Madeleine McCann, com outros processos registados na região.
“Com vista ao esclarecimento sobre a matéria, o Ministério Público (MP) tem vindo a proceder a um levantamento” de processos que correram termos na comarca de Faro, e que relacionam o cidadão alemão suspeito de intervenção no desaparecimento de Madeleine McCann, anunciou a Procuradoria da República da Comarca de Faro, através de um comunicado (pode consultar aqui).
Nesse âmbito, até ao momento foi reunida a seguinte informação:
“O agora suspeito foi condenado por desobediência no âmbito do processo com o NUIPC 2/04.8FALGS e por furto no âmbito do processo com o NUIPC 38/06.4PBPTM.
Foram, igualmente, localizados cinco pedidos de cooperação judiciária internacional em que o nome é mencionado. Um desses pedidos é relativo ao processo NUIPC 191/05.4PTM, o qual correu termos contra desconhecidos e foi arquivado em fevereiro de 2006, e quatro respeitam ao processo em que se investiga o desaparecimento de Madeleine McCann (NUIPC 201/07.0GALGS).
O designado processo Maddie foi inicialmente arquivado em 2008, tendo o Ministério Público determinando, em 2013, a reabertura do mesmo, por terem surgido novos elementos que justificavam o prosseguimento da investigação.
O inquérito é dirigido pelo Ministério Público da secção de Portimão do DIAP de Faro com a coadjuvação da Polícia Judiciária. A investigação tem sido desenvolvida em estreita cooperação com as autoridades judiciárias alemãs e inglesas, nos termos definidos na Convenção Europeia de Auxílio Judiciário Mútuo em Matéria Penal e na Diretiva 2014/41/UE do Parlamento Europeu e do Conselho.
Após a reabertura do processo não foram constituídos arguidos, prosseguindo as investigações com a realização de diligências que se revistam de utilidade ao apuramento dos factos e à identificação e responsabilização dos respetivos autores”.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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