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| - “Enquanto o mundo está de quarentena, a China compra a Volvo, Pirelli, Thomas Cook e grande parte da Mercedes Benz. Entendeu a pandemia?”, questiona um utilizador do Facebook, em publicação que acumula quase duas mil partilhas nessa rede social.
Mas será verdade?
Não. Apesar de algumas empresas chinesas terem adquirido algumas das marcas referidas na publicação sob análise, nenhum desses negócios decorreu durante a pandemia do novo coronavírus.
A Volvo, marca sueca de automóveis, foi comprada pela chinesa Geely em outubro de 2010. O valor do negócio cifrou-se em 1,7 mil milhões de euros e foi considerado na época como uma das maiores aquisições feitas por um país asiático envolvendo uma empresa de automóveis estrangeira.
A fabricante de pneus italiana Pirelli foi comprada no ano de 2015 pela China National Chemical Corp (ChemChina) por 7,1 mil milhões. A empresa estatal chinesa adquiriu 65% da marca, o que levou à retirada da Pirelli da bolsa de Milão. No entanto, em 2017 a ChemChina reduziu a sua posição na marca, que voltou a ser cotada em bolsa.
Já a venda da operadora turística britânica Thomas Cook foi realizada em novembro de 2019. A empresa já tinha entrado em colapso financeiro em setembro do mesmo ano: “Não temos outra escolha a não ser a de tomar medidas para iniciar o processo de insolvência, com efeitos imediatos”, afirmou a Thomas Cook em comunicado. O grupo de investimento chinês Fosun, que já detinha 18% da empresa, acabou por comprá-la por cerca de 12,7 milhões de euros.
Em junho de 2019, a BAIC Group, empresa chinesa de indústria automóvel, adquiriu 5% da Daimler (grupo que detém a Mercedes Benz) por 2,5 milhões de euros.
Em suma, é falso que a China tenha comprado as empresas apontadas na publicação sob análise durante a pandemia do novo coronavirus. Todos os negócios foram concretizados antes do aparecimento do primeiro caso em 31 de dezembro de 2019.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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