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| - Publicações nas redes sociais enganam ao compartilhar como se fosse recente um registro de reportagem exibida pela RedeTV! em março de 2021 sobre pedido de “médicos europeus” para que o antiparasitário ivermectina fosse usado no tratamento da Covid-19 (veja aqui). Na época, um grupo de médicos portugueses pressionou a Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde de Portugal) para que o remédio fosse recomendado no país, o que foi negado pela agência sanitária.
Posts que compartilham a reportagem antiga como recente acumulavam ao menos 4.500 compartilhamentos no Facebook nesta sexta-feira (19).
Uma reportagem exibida pela RedeTV! em 11 de março de 2021, que citava a pressão de médicos para que a ivermectina fosse recomendada no tratamento da Covid-19 em Portugal, vem sendo difundida como se fosse recente e retratasse a opinião de toda a classe médica europeia. Isso não é verdade.
Na época, um grupo de médicos portugueses pressionou a Infarmed, autoridade sanitária de Portugal equivalente à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), para que o fármaco fosse recomendado para o tratamento da doença, o que não ocorreu.
No mesmo dia em que a reportagem da RedeTV! foi veiculada, a Comissão de Avaliação de Medicamentos da Infarmed informou que, após análise dos artigos e publicações disponíveis, mantinha a posição de que as evidências eram insuficientes para apoiar o tratamento da Covid-19 com ivermectina.
Em 22 de março, a Infarmed publicou que a EMA (Agência Europeia de Medicamentos) concluiu que as evidências disponíveis não eram suficientes para apoiar o uso da ivermectina contra a doença fora de ensaios clínicos. Não houve posicionamento posterior da agência portuguesa sobre esse uso da ivermectina.
A imagem difundida pela peça de desinformação é uma foto de uma televisão que mostra o diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom, e uma tarja com a legenda “Médicos europeus pedem uso urgente da ivermectina”. Embora o trecho tenha sido de fato exibido pela RedeTV!, a reportagem cita que o pedido foi feito por médicos portugueses, não de toda a Europa, e que a OMS não recomendava o uso do remédio contra a Covid-19 pela falta de evidências de sua eficácia contra a doença.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a FDA (Food and Drug Administration, órgão regulador americano), a EMA (European Medicines Agency, da União Europeia) e a Merck, fabricante do medicamento nos EUA, seguem a mesma linha de não recomendar a ivermectina para tratar ou prevenir a Covid-19.
Esta peça de desinformação também foi checada por Estadão Verifica e Lupa.
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