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  • Catarina Martins pronunciou-se sobre as recentes polémicas relacionadas com os custos associados à preparação da Jornada Mundial da Juventude (JMJ 2023), que se realizará em Lisboa, no mês de agosto. “O que não tem nenhum sentido é decisões de milhões a serem tomadas por ajuste direto nas costas do país e a maioria absoluta que caucionou tudo isto estar calada até agora”, defendeu a líder do Bloco de Esquerda (BE). A quantia de cerca de cinco milhões de euros destinada à construção do altar-palco que vai receber o Papa Francisco foi a que, até ao momento, mais estranheza causou de entre os gastos revelados. Catarina Martins defendeu, então, que os investimentos na JMJ deviam ser pagos, “como no resto do mundo, pela própria Igreja”, havendo outras questões, como aquelas que têm a ver com a requalificação do território onde a jornada se vai realizar, que deviam ser discutidas “de forma democrática” e “transparente”. Na página oficial do BE no Facebook, a alegação de Catarina Martins é destacada: [facebook url=”https://www.facebook.com/photo/?fbid=547107220783358&set=a.314637757363640″/] Confirma-se que, nas antigas edições do evento religioso que reúne milhões de jovens católicos, tem sido a Igreja a assumir os custos da organização? Recuemos até à edição da JMJ em 2008. Realizou-se em Sidney, na Austrália, e foi presidida pelo Papa Bento XVI. Em abril desse ano, o Governo de Nova Gales do Sul revelou que os eventos da Jornada Mundial da Juventude em Sidney iriam custar 86 milhões de dólares aos contribuintes australianos. Em causa estariam despesas relacionadas com alojamento e transporte dos peregrinos. A porta-voz governamental da JMJ, Kristina Keneally, esclarecia que o dinheiro investido traria um retorno entre os 150 milhões e os 230 milhões de dólares. Na altura, o partido “Os Verdes” criticou o investimento estatal e afirmou que deveriam ser cobrados à Igreja Católica estes serviços que o Estado iria fornecer ao evento. Em 2011, Madrid reuniu cerca de 1,5 milhões de jovens para participar na Jornada. Tal como se tem noticiado recentemente, após uma auditoria externa, concluiu-se que 70% dos custos do evento desta edição foram cobertos pelo valor pago pelos peregrinos e 30% por patrocínios – ou seja, o Estado não colocou dinheiro no evento. O Governo Espanhol apenas isentou de IVA os patrocinadores privados. A JMJ 2013 do Rio de Janeiro foi a primeira com a participação do Papa Francisco. O certame reuniu 3,7 milhões de fiéis e foi considerado o maior evento católico da história do país. Segundo a “Globo“, o Governo brasileiro recusou um pedido de ajuda da Santa Sé no valor adicional de 90 milhões de reais (cerca de 16 milhões de euros) para a organização do evento nesse ano. O Executivo de Dilma Rousseff argumentava que já tinha feito altos investimentos na jornada e que não seria possível ampliar os recursos já disponibilizados. Contavam-se 111,5 milhões de reais (cerca de 20 milhões de euros) em investimentos indiretos, entre despesas com pessoal e equipamentos, por exemplo, bem como um orçamento municipal dirigido à construção de infraestruturas e a disponibilização de transportes. O jornal brasileiro apontava para uma estimativa do custo total do evento de cerca de 350 milhões de reais (cerca de 63 milhões de euros), sendo que 70% do valor seria coberto pelas contribuições feitas por peregrinos e por doações espontâneas e promotores do evento. A cidade de Cracóvia, no sul da Polónia, foi anunciada como sede da Jornada de 2016, no final do evento no Rio de Janeiro. O financiamento da edição gerou polémica e protestos de vários movimentos e partidos políticos que se posicionavam contra os supostos 17 milhões de euros alocados à organização da JMJ 2016. Segundo as contas reveladas em dezembro desse ano, as principais fontes de financiamento foram as contribuições dos peregrinos, as angariações nas paróquias, as doações e o apoio do Orçamento do Estado. O investimento estatal polaco, que terá rondado os quatro milhões de euros, destinou-se à disponibilização de primeiros socorros, à limpeza da cidade e ao transporte de peregrinos. A mais recente edição do evento religioso teve lugar no Panamá, em 2019. Foi a primeira vez que o evento se realizou na América Central. O balanço realizado pelo Arcebispado do Panamá, em janeiro de 2020, aponta para gastos no valor de 20,7 milhões de dólares, divididos em 13,7 milhões em despesas operacionais, 6,7 milhões em despesas gerais e administrativas e 99 mil dólares em despesas diversas. A comissão organizadora do evento garantiu ainda que não existiram “contribuições em dinheiro do Estado” e que foram arrecadados 21,31 milhões de dólares, dos quais 73% provenientes de inscrições e 3,2 milhões provieram de donativos, a que se somaram 92 mil dólares de um “fundo de solidariedade” e 1,4 milhões de “outras receitas”. O saldo final do evento foi avançado como positivo, registando-se um lucro de 300 mil dólares que a Igreja garantia serem aplicados em beneficência. Apesar da informação avançada pela organização da JMJ 2019 de que o evento não teria usufruído de investimento público, várias notícias de junho de 2020 publicadas em órgãos de comunicação do Panamá, dão conta de um pedido de reclamação por violação do direito de acesso à informação apresentado por um advogado panamiano. Ernesto Cedeño solicitou o valor do investimento do Estado em doação e/ou subsídio, na Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Segundo indica o jornal “La Estrela de Panamá” o vice-ministro García Molino respondeu que “o valor desembolsado entre janeiro de 2017 e janeiro de 2019, por diferentes entidades do setor público para apoiar as despesas da JMJ foi de 62.446.010,21 milhões de dólares”. O membro do Governo do Panamá detalhou que os valores incluídos no documento consolidado são o “produto da reconciliação do valor total desembolsado por 235 instituições do setor público, com base em documentos de afetação económica endossados em resposta a aditivos contratuais, ordens de compra, ordens de compra ajustes, cheques, contratos, acordos de pagamento, procedimentos de cobrança, formulários, formulários adicionais, despesas de viagem, apólices de seguros e transferências”. O jornal “Observador” contabilizou, até ao momento, entre estudos e empreitadas, mais de 13 milhões de euros dispensados pelo Estado português em contratos públicos para a edição deste ano. Em suma, é certo que em todas as edições da Jornada Mundial da Juventude, com exceção da realizada em Madrid, existiu investimento público, em menor ou maior dimensão. Ou seja, a comparação feita por Catarina Martins não se aplica à generalidade do evento. O financiamento da JMJ, ao longo dos anos, tem sido feito através de várias fontes, tanto com a contribuição dos peregrinos como por via de doações e de patrocínios. Fica também, em parte variável, a cargo da própria Igreja, mas não se confirma que a instituição católica tem assumido a totalidade dos gastos em todas as edições do evento a nível mundial. ______________________________ Nota Editorial: Artigo atualizado às 20h12 de 3 de fevereiro com informação adicional relativa aos gastos revelados pela Arquidiocese do Panamá e a organização da Jornada Mundial da Juventude 2019. A classificação associada a este artigo não foi alterada. Avaliação do Polígrafo:
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