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  • É partilhada nas redes sociais a alegação de que a “Cruz Vermelha recusa sangue de vacinados” já que as autoridades “não iriam querer sangue contaminado com uma terapia genética experimental de mRNA”. A publicação é escrita em português. No entanto, a imagem que acompanha o texto está em inglês e apresenta uma imagem desfocada. A imagem em causa não é atribuída a nenhum órgão de Comunicação Social ou entidade credenciada. Trata-se apenas de uma imagem sem contexto com as palavras truncadas. Na publicação, não está claro se os utilizadores se referem à Cruz Vermelha Internacional ou à de Portugal, mas trata-se de uma informação falsa. Em resposta ao Observador, a Cruz Vermelha Portuguesa explica que “não realiza recolhas de sangue”. Assim, não havendo recolhas, não é possível que a entidade recuse sangue seja de que cidadão for. Quanto às entidades estrangeiras, também não fazem recolha de sangue, como comprova a Cruz Vermelha do Brasil e dos Estados Unidos à agência de verificação de factos brasileiras Lupa. Em resposta a esta agência, que tem atividade desde 2015, a Cruz Vermelha norte-americana esclarece que “receber uma vacina contra a Covid-19 aprovada não impede que um indivíduo doe sangue (…) desde que se sinta bem no momento da doação”. Além disto, a Cruz Vermelha dos Estados Unidos sublinha que “as doações de sangue de indivíduos que receberam a vacina contra a Covid-19 são seguras para transfusão” e explica que, tal como outras vacinas, “a vacina Covid-19 foi projetada para gerar uma resposta imunológica para ajudar a proteger um indivíduo contra doenças, mas os componentes da vacina em si não são encontrados na corrente sanguínea”. Em Portugal, a entidade que trabalha com recolha de sangue é o Instituto Português do Sangue e da Transplantação. Questionado pelo Observador, explica que “ser vacinado não impede a dádiva de sangue uma vez que não há evidência, até à data, da transmissão do agente da Covid-19 pela vacinação”. Sobre se faz sentido considerar que o sangue de alguém vacinado fica “contaminado com uma terapia genética experimental de mRNA”, como é alegado na publicação, o Instituto Português do Sangue e da Transplantação acrescenta que “não há evidência de que as dádivas de sangue de dadores vacinados para a Covid-19 coloquem em risco o recetor da transfusão” e explica que “a vacina desencadeia uma resposta de defesa no seu recetor, não causa infeção na pessoa vacinada ou na pessoa que recebe a transfusão de pessoa vacinada”, conclui. Várias autoridades e entidades têm sublinhado a segurança da vacinação. No caso português, em outubro de 2023, a DGS publicou um artigo de perguntas e respostas sobre a vacinação contra a gripe e Covid-19. E, quanto à campanha de vacinação sazonal, a DGS explica que a “toma destas vacinas é aconselhada a pessoas com idade igual ou superior a 60 anos”, a “pessoas com 5 ou mais anos de idade, com patologias de risco definidas, como doença pulmonar crónica, doença cardiovascular ou diabetes”. Ao Observador, o imunologista do Instituto de medicina molecular Luís Graça já tinha validado isto mesmo: “Neste momento, a confiança na segurança das vacinas é muito robusta porque já temos milhões de pessoas vacinadas em todo o mundo, milhões de pessoas vacinadas de todas as faixas etárias e pessoas vacinadas com muitos tipos de doenças diferentes”. Além disso, explicava o profissional, “já existe um tempo de seguimento das pessoas vacinadas de muitos meses.” Conclusão É errada a alegação de que pessoas vacinadas não podem doar sangue à Cruz Vermelha, já que esta instituição não faz recolha de sangue. O Instituto Português do Sangue e da Transplantação esclarece também que “ser vacinado não impede a dádiva de sangue”. Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é: No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é: FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos. NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.
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