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| - “Ouvir esta declaração daria quase para perguntar onde é que pararam a nave. O PCP, segundo as notícias que vêm a público, é o partido que mais lucro deu no ano passado: 2 milhões de euros. Mas o PCP fala dos lucros do grande capital e desses capitalistas que geram lucros”, declara Bruno Nunes, deputado do Chega, no clip de vídeo que tem origem na página do Grupo Parlamentar do Chega no Facebook (datado de 1 de março) e está a ser partilhado por centenas de pessoas.
Esta alegação sobre os “lucros” do PCP suscita dúvidas em leitores do Polígrafo que pedem uma verificação de factos.
De acordo com as “Contas Anuais” (pode consultar aqui) entregues pelos partidos políticos à Entidade das Contas e Financiamentos Políticos (ECFP) referentes ao ano de 2021 para apreciação, o PCP registou um resultado líquido positivo de 1.667.466,63 euros.
Ou seja, cerca de 1,67 milhões de euros, valor consideravelmente inferior ao evocado pelo deputado do Chega.
Em 2021, a principal fonte de receita do PCP consistiu em “quotas e outras contribuições de filiados“, com um valor total de cerca de 3,66 milhões de euros, seguindo-se a rubrica de “angariação de fundos” (que inclui o saldo da “Festa do Avante!”) com um valor total de cerca de 1,75 milhões de euros.
O PCP foi o partido que registou um maior “lucro” em 2021, mas o resultado do PSD – ainda sob a liderança de Rui Rio – não ficou muito distante: cerca de 976 mil euros.
Por sua vez, o PS obteve um resultado líquido positivo de cerca de 353 mil euros e o Chega também deu “lucro“, cerca de 149 mil euros no total. O PAN e o Iniciativa Liberal não foram além de cerca de 70 mil e 28 mil euros, respetivamente.
Do lado dos resultados negativos, destaque para o CDS-PP com um “prejuízo” de cerca de 110 mil euros. O Bloco de Esquerda também registou cerca de 73 mil euros em terreno negativo.
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Avaliação do Polígrafo:
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