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| - “O homem branco está em vias de extinção na ciência! Miguel Seabra. Vamos comemorar o dia do survivor [sobrevivente]”, lê-se no verso de um cartaz que terá sido afixado nas instalações do Centro de Estudos de Doenças Crónicas (CEDOC), da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa.
A imagem surgiu em publicação no Twitter, a 7 de março, servindo de ilustração à seguinte denúncia:
“Miguel Seabra, ex-presidente da FCT e investigador principal no CEDOC e na Fundação Champalimaud, decidiu deixar esta mensagem numa folha com a divulgação de um evento de comemoração do ‘Dia da Mulher‘ no CEDOC. É isto que temos.”
Na caixa de comentários, o autor do tweet acrescenta que “é uma situação que pode ser falsificada facilmente, mas foi com a informação que me passaram (que o segurança que estava lá viu a pessoa a fazê-lo) que fiz este tweet“. Mais: “Não estive lá, mas amigos meus partilharam esta imagem e pelo que disseram o segurança viu a pessoa em questão a fazê-lo.”
Esta história é verdadeira?
“Confirmo a autoria do texto que, desde esta terça-feira [dia 7 de março], se encontra em circulação nas redes sociais e assumo a inteira responsabilidade pelo seu conteúdo”, responde o próprio Miguel Seabra, contactado pelo Polígrafo.
“Tratou-se apenas e só de uma brincadeira para consumo local no poster em que se anunciava o seminário de uma minha colega e amiga de longa data que infelizmente ganhou proporções que não tive em conta”, justifica. “O facto de ter assinado a nota confirma isso mesmo, porque quem me conhece como colega e amigo sabe que só podia estar a brincar“.
“Importa esclarecer que as palavras que escrevi em nada representam o meu pensamento, os meus valores, as minhas ações ao longo de mais de 30 anos como investigador e os ideais que defendo. O objetivo não foi, nunca, colocar em causa o bom nome da ‘NOVA Medical School’ nem dos excelentes profissionais que nela colaboram e que contribuem para a excelência da instituição. Em nenhum momento pretendi envolver a ‘NOVA Medical School’ nesta situação, pelo que, publicamente, peço desculpa à Faculdade na pessoa da professora Helena Canhão, lamentando, desde já, qualquer transtorno causado”, afirma Seabra.
Pelo que a denúncia é verdadeira, mas há que ter em atenção a explicação do visado que garante ter sido “uma brincadeira”, daí até ter “assinado a nota”.
Entretanto o Polígrafo apurou que Miguel Seabra apresentou mesmo a demissão das funções de coordenador de programas de doutoramento na Fundação Champalimaud.
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Avaliação do Polígrafo:
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