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| - Não é verdade que ossos bovinos passaram a ser comercializados no Brasil desde o início do atual mandato do presidente Lula (PT). O vídeo compartilhado pelas peças de desinformação omite que a venda de ossos é permitida no país desde 2003 pelo Ministério da Agricultura e Pecuária e pela Anvisa.
As publicações enganosas acumulavam centenas de compartilhamentos no Facebook e 1.500 curtidas no Instagram até a tarde desta terça-feira (11). As peças de desinformação circulam também no WhatsApp, plataforma na qual não é possível estimar o alcance dos conteúdos (fale com a Fátima).
Uma coisa que eu nunca vi na minha vida em supermercado (...) Osso do Patinho embalado pela Friboi
Em vídeo que circula nas redes, um homem não identificado pelo Aos Fatos mente ao mostrar um pacote de ossos bovinos da Friboi e alegar que estabelecimentos comerciais passaram a vender o produto após o início do atual governo Lula. A comercialização de ossos é permitida pelo Ministério da Agricultura e Pecuária desde 2003.
A resolução nº 1 do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal, publicada em janeiro daquele ano, autoriza a comercialização de ossos congelados ou resfriados de bovinos e suínos. Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), não há norma sanitária que proíba a venda do produto. É necessário, no entanto, que os estabelecimentos sigam as regras previstas no manual de Boas Práticas de Manipulação de Alimentos.
Durante a pandemia de Covid-19, diversos veículos de imprensa noticiaram que famílias se alimentavam de ossos por conta da crise financeira. Uma reportagem da Record sobre o agravamento da fome no país exibiu imagens de famílias fazendo fila nas ruas de Cuiabá para receber doações de cestas básicas e ossos de carne. Apelidada de “fila do osso”, a ação era realizada há mais de uma década por proprietários de um açougue, que viram a procura aumentar em razão da crise sanitária.
Já em outubro de 2021, viralizou nas redes a foto de uma placa com os dizeres “Osso é vendido e não dado”, instalada em um supermercado de Santa Catarina. Na época, a prática foi defendida por associações de frigoríficos e repudiada pelo Procon (Programa de Proteção e Defesa do Consumidor), que orientou que os produtos fossem doados.
Aos Fatos questionou a Friboi sobre a comercialização de ossos, mas não houve retorno até a publicação desta reportagem.
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