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  • Na reta final de gravação do segundo disco dos Black Sabbath a banda necessitava de mais uma canção para que o disco tivesse a duração ideal. Foi uma maratona de três dias em estúdio que resultou em “Paranoid”, o álbum. O disco foi gravado em tempo recorde e é a prova de que a pressa nem sempre é inimiga da perfeição. Além da canção “Paranoid” – que acabaria por se afirmar como título do álbum – estão neste segundo longa duração outros grande êxitos do quarteto de Birmingham formado em 1968 como “Iron Man” ou “War Pigs”. Esta última canção estava destinada a dar nome ao álbum mas a perceção do potencial de “Paranoid” levou a banda a optar por escolhê-la como tema-título. Os “War Pigs” acabariam por surgir na capa do disco, não em grafia, mas como imagem principal. Quanto ao disco e ao tema “Paranoid”, eis o relato de Geezer Butler à revista “Guitar World” numa entrevista concedida para a edição de março de 2004: “Gravámos o disco todo em dois ou três dias, em “direto”, no estúdio. A canção ‘Paranoid’ não fazia parte do alinhamento.” O autor da música, o guitarrista Tony Iommi, recorda, à revista “Classic Rock” o momento de pressão quando “o produtor nos diz ‘não temos canções suficientes. Precisamos de mais três minutos’”. “O Tony [principal responsável pelo som dos Sabbath] apareceu com um riff. Eu fiz a letra de imediato [Geezer era o responsável pelas letras da banda] e o Ozzy leu o que escrevi e começou a cantar”, disse Geezer à Guitar World. A canção, escrita de improviso e à pressa – o processo criativo terá durado escassos 20 minutos – trata o tema da depressão, esclareceu à revista Mojo o autor da letra, Geezer Butler, numa entrevista citada pelo site Songfacts: “Basicamente [“Paranoid”] é sobre depressão porque eu não sabia bem qual era a diferença entre depressão e paranóia. É uma coisa das drogas: quando estamos a fumar um charro ficamos paranóicos e não nos conseguimos relacionar com as pessoas. Existe este cruzamento entre a paranóia, que vem de fumar droga, com a depressão que se segue.” E assim nasce um hino do heavy metal e uma canção que é percursora daquele género musical. Mas ser uma canção acidental não é a única curiosidade em torno de “Paranoid”. Ainda antes de gravar o tema, a banda começou a questionar a originalidade do som. Alguns elementos dos Sabbath consideravam “Paranoid” muito colada a “Communication Breakdown” dos Led Zeppelin. “Nós adorávamos os Zeppelin naqueles tempos e costumávamos ficar sentados, no chão, a fumar erva e a ouvir o primeiro álbum deles”, revelou Buttler à “Guitar World”. E acrescentou: “quando o Tony apareceu com o riff de ‘Paranoid’ eu e o Ozzy dissemos ‘não… não podemos fazer isto’.” Acabariam por fazê-lo e ainda bem. Butler e Osbourne deram o braço a torcer perante os argumentos de Tony e, passados tantos anos, o baixista reconhece que foi pelo melhor que perdeu a contenda com o seu companheiro de banda. “Tivemos uma grande discussão em torno da canção. Adivinhem quem estava errado? O facto de se ter tornado um hit com esta dimensão – e de ser provavelmente a nossa melhor canção – diz tudo, na verdade”, reconhece Geezer em conversa com a Guitar World. “Paranoid” foi uma das três canções que os Sabbath tocaram na sua breve reunião, em 1985, propositadamente para a atuação no mega concerto solidário Live Aid. Na sua simplicidade musical quase elementar “Paranoid” é uma canção poderosa que, apesar dos seus quase 50 anos, não perdeu nem uma ponta da sua energia original e continua a não deixar ninguém indiferente – goste-se, ou não, daquele género musical. Avaliação do Polígrafo:
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