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| - “Dois crash-tests [testes de impactos] realizados pela Fundação Mapfre, em Espanha, revelam que uma colisão, mesmo que apenas a 25 km/h, de uma trotinete elétrica contra um peão ou um veículo pode causar ferimentos graves ao condutor da trotinete e aos peões”, destaca-se na publicação de Facebook.
Acrescenta-se que os “especialistas deste estudo apontam como fatores que mais influenciam um acidente fatal: conduzir trotinetes sem capacete (40%); imprudência cometida por outros veículos (20%); circular em estradas interurbanas (20%)”.
Mais, “por questões de segurança, a Divisão de Experimentação e Segurança Rodoviária aconselha os utilizadores de trotinetes a: usar sempre capacete e colete retrorrefletor ou roupa de alta visibilidade; respeitar a sinalização de trânsito; não usar auriculares quando circulam; não circular nos passeios; ao atravessar uma passagem para peões, deverão descer da trotinete”, conclui-se.
Assim, é verdade que uma colisão envolvendo uma trotinete elétrica pode causar “ferimentos graves ao condutor da trotinete e aos peões” como se destaca?
O estudo foi, de facto, realizado pela Fundação Mapfre, em Espanha, e remonta a fevereiro de 2021. Foi executado através de “simulações de computador e testes de colisão de laboratório (ou seja, em condições controladas), em que reproduzimos o que consideramos os dois principais tipos de colisões: o impacto de uma trotinete elétrica que se move a 25 km/h contra a lateral de um veículo tipo minivan e o atropelo de um manequim que representa uma criança pedestre, também na velocidade mencionada”.
Nele conclui-se que “a uma velocidade de 25 km/h, o risco de ferimentos graves tanto do ponto de vista do condutor da trotinete elétrica como do peão já é considerável”.
Assim, recomenda-se que tal como quando se circula de bicicleta, “o capacete deve usar-se sempre, já que protege de modo efetivo a zona mais importante do nosso corpo (a cabeça), a qual está claramente exposta ao perigo de receber o impacto, como se viu nas simulações e provas de choque”.
O mesmo estudo alerta ainda para a bateria elétrica destes veículos que “não está isenta de riscos, sobretudo em caso de impactos e danos na zona das baterias, intervenções ou reparações inapropriadas ou inadequadas”
Sobre isto, aconselha-se: “o carregamento noturno sem supervisão deve ser evitado e a área de carregamento deve estar livre de itens que possam incendiar-se facilmente. É importante usar sempre o carregador fornecido pelo fabricante”.
Um relatório mais recente, de fevereiro de 2023, do Conselho Europeu de Segurança nos Transportes ressalta que são necessários mais dados “para entender as lesões relativas entre condutores de trotinetes e peões quando colisões ocorrem”. Porém, admite que os dados que já existem (são nomeados testes dos EUA e da Europa onde se inclui o estudo da Fundação Mapfre) apontam para ferimentos graves na sequência destas colisões.
O Polígrafo contactou ainda a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) que, em resposta, indicou não possui esse tipo de estudos. No entanto, quanto a conselhos, “remetemos algumas das regras básicas para poder utilizar as trotinetes elétricas de forma segura e legal, referidas no Decreto-Lei nº 102-B/2020, em vigor desde o início de 2021″.
Salienta a ANSR que “o estado do veículo (travões, luzes, etc.) deve ser verificado antes da utilização e não é permitido o uso de telemóveis durante a condução, nem ocupação por mais do que uma pessoa. O uso de capacete, embora não obrigatório, é recomendado”.
De resto, “são proibidos os comportamentos que representam perigo para a circulação, como manobras indevidas. As mãos devem estar sempre no guiador, exceto no caso de assinalar manobras. A condução sob o efeito de álcool também deve ser evitada, e os agentes de autoridade podem requisitar fazer-se um teste de alcoolemia”.
Verifica-se assim, através dos estudos de impacto existentes, que uma colisão a 25 km/h com uma trotinete elétrica pode causar “ferimentos graves” tanto ao condutor da mesma quanto a um peão. No entanto, é necessário ter em conta os ainda poucos estudos neste sentido, tal como destaca o relatório do Conselho Europeu de Segurança nos Transportes.
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Avaliação do Polígrafo:
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