schema:text
| - “Eu não posso hoje dizer que vou dar continuidade à geringonça quando ainda hoje a direção do PCP diz que não quer mais ‘geringonça’, quando a Catarina Martins o que diz todos os dias é que é preciso tirar o António Costa da liderança do PS para poder haver um entendimento à esquerda. É que, apesar de tudo, quem ainda manda no PS são os militantes do PS, ainda não é a Catarina Martins.”
A frase de António Costa em entrevista à RTP, na segunda-feira à noite, tornou ainda mais tensa a relação entre o primeiro-ministro e o Bloco de Esquerda (BE) e originou, quase de imediato, desmentidos.
No dia seguinte, de manhã, Catarina Martins reagiu no Twitter: “Num momento infeliz da entrevista à RTP, António Costa atribuiu-me declarações que nunca fiz, nem farei, sobre o futuro da liderança do PS. Depois das eleições, é com António Costa que espero negociar soluções. E vou debatê-las na campanha, mesmo que isso atrapalhe o apelo à maioria absoluta.”
[twitter url=”https://twitter.com/catarina_mart/status/1458025867825844228″/]
À tarde, questionada sobre o tema e citada pela Agência Lusa, a líder do Bloco de Esquerda afirmou ainda não ter “a mínima ideia de o que é que poderá ter dado sequer a ideia de que alguma vez” fez depender da saída de António Costa da liderança do PS um entendimento à esquerda. Catarina Martins quis desfazer qualquer dúvida que ainda pudesse subsistir sobre a sua (não) interferência na vida interna do PS: “Nunca me pronunciei sobre essa matéria e nunca me pronunciarei sobre tal”.
Nas várias declarações pontuais e entrevistas de Catarina Martins nos últimos meses (em maior número desde agosto, quando o Orçamento do Estado (OE) para 2022 passou para o primeiro plano mediático), o Polígrafo não encontrou qualquer afirmação da líder do Bloco de Esquerda que, direta ou indiretamente, pudesse sustentar o que António Costa disse na entrevista à estação pública.
Por isso mesmo, o Polígrafo contactou o gabinete de imprensa do primeiro-ministro, no sentido de obter exemplo(s) concreto(s) da alegada expressão da vontade de Catarina Martins, mas não obteve resposta.
É, pois, falso que Catarina Martins tenha proferido alguma afirmação de que o Bloco de Esquerda apenas voltaria a negociar com o PS quando António Costa deixasse de ser líder dos socialistas.
_____________________________
Avaliação do Polígrafo:
|