schema:text
| - Na página “Charlie Papa” (que já esteve na origem de artigos do Polígrafo, como este, por exemplo) surgiu hoje uma publicação baseada numa imagem de Miguel Sousa Tavares, jornalista que tem sido o editor das edições de segunda-feira do “Jornal das 8” da TVI, atribuindo-lhe uma série de citações através de balões de banda desenhada e concluindo com um insulto: “Oscar para o jornalista burro do ano”.
“Se não há polícias a morrer como podem querer subsídio de risco?”; “Só porque o polícia diz que foi agredido, não quer dizer que seja verdade“; “O Governo não tem culpa, a culpa é dos tribunais”; “Seus arruaceiros, bêbados e armados“. Estas são as quatro citações em causa, supostamente recolhidas a partir da edição de ontem, 18 de novembro, do “Jornal das 8” da TVI.
Estas citações são autênticas ou apócrifas?
No referido “Jornal das 8” de ontem na TVI, de facto, Sousa Tavares, a par do jornalista Pedro Pinto, entrevistaram Peixoto Rodrigues, presidente do Sindicato Unificado da Polícia (SUP), a propósito da manifestação agendada para o dia 21 de novembro pelas principais estruturas sindicais e associativas da Polícia de Segurança Pública (PSP) e da Guarda Nacional Republicana (GNR).
No que concerne à questão do subsídio de risco, Sousa Tavares disse exatamente o seguinte, dirigindo-se a Peixoto Rodrigues: “Uma das reivindicações dos polícias é o subsídio de risco, porque consideram que ser polícia é uma profissão de risco. Todavia, Portugal está considerado como um dos dois países mais seguros do mundo, dos dois ou três. E eu estive a olhar para os números dos últimos 30 anos, morreu em média 0,5 polícias por ano, com arma de fogo ou arma branca, no cumprimento do dever. Como é que uma coisa joga com a outra? A gente vê as redes sociais e vê sempre os polícias falarem de um ambiente de insegurança total e tudo, mas as pessoas não sentem isso. E a polícia devia estar orgulhosa por não sentirem isso, as pessoas”.
Ou seja, não é verdade que Sousa Tavares tenha afirmado que “não há polícias a morrer”, mas salientou que em média, ao longo dos últimos anos, morreram “0,5 polícias por ano”.
Por outro lado, também não se confirma que Sousa Tavares tenha declarado que “só porque o polícia diz que foi agredido, não quer dizer que seja verdade”. Interrompendo uma intervenção de Peixoto Rodrigues, o jornalista limitou-se a ressalvar que “às vezes aquilo que a polícia chama uma agressão, o cidadão supostamente agressor não o chama”.
O mesmo se aplica à suposta citação relacionada com o Governo. Mais uma vez interrompendo o dirigente sindical, o que o jornalista realmente disse foi o seguinte: “Mas se existe esse sentimento de impunidade, a culpa é dos magistrados, não é da lei“.
***
Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
|