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  • “Perigo!”, “corrosivo”, ou “tóxico” são algumas das palavras de alerta que acompanham a lista de substâncias que, alegadamente, compõem as vacinas contra a Covid-19. Uma lista com mais de 20 elementos que serve de legenda a imagens das vacinas da Moderna, AstraZeneca e Pfizer. Em primeiro lugar, verificámos ponto a ponto a presença destas substâncias nas informações sobre a composição das vacinas aprovadas pela Agência Europeia do Medicamento (EMA). São elas a Comirnaty (da Pfizer e BioNTech), a vacina da Moderna, a da Janssen (Johnson & Johnson) e ainda a Vaxzevria (da Astrazeneca e Universidade de Oxford). No site da EMA, é revelada a composição do produto da Pfizer: Percebemos, então, que em comum com a lista da publicação, a vacina da Pfizer só contém a sacarose, o cloreto de potássio e o cloreto de sódio. No caso da vacina da Moderna, os dados também estão disponíveis no site da agência europeia. E desta vez em comum com a lista em análise, encontramos apenas a sacarose: Na agora chamada vacina Vaxzevria, da Astrazeneca, a lista de excipientes contém mais uma vez a sacarose, o cloreto de sódio e um outro ingrediente, o polissorbato 80: Por fim, relativamente à última vacina aprovada pela Agência Europeia do Medicamento, a da Johnson & Johnson, é mais uma vez impossível encontrar as substâncias referidas na publicação, à exceção do cloreto de sódio, do hidróxido de sódio e do polissorbato 80. Estes “ingredientes” são, ou não, tóxicos? Na composição das quatro vacinas já aprovadas pela EMA, apenas cinco substâncias da lista de quase 30 apresentadas pela publicação entram, de facto, na “bula” das vacinas. Alguns destes excipientes, em quantidades elevadas, poderão ser nocivos para o organismo, ou “tóxicos”, como se alega. Mas o uso destes químicos na composição das vacinas é altamente controlado pelos reguladores, além de ter sido estudada a segurança dos fármacos. Vale lembrar que uma dose de vacina corresponde a uma quantidade entre 0,3 a 0,5 ml de produto injetável (já depois de diluído e dependendo da farmacêutica), pelo que os excipientes estão presentes em doses baixas. Ao Observador, o investigador do Instituto de Medicina Molecular e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Joaquim Ferreira, garante que “a informação [da publicação em análise] não é correta relativamente à composição das vacinas ou ao eventual risco associado aos seus excipientes“. O especialista em Farmacologia acrescenta que “no processo que conduz à aprovação de cada vacina, para além da avaliação dos dados de eficácia e segurança também são avaliados outros aspetos da qualidade do medicamento”, e por isso há pouco a temer relativamente às “propriedades químicas e físicas, estabilidade, pureza e cumprimento de todos os regulamentos relacionados com a produção e testagem do medicamento”. Joaquim Ferreira assinala ainda que “a existência de uma qualquer dúvida sobre a qualidade da composição das vacinas ou sua produção não teria permitido a aprovação”. Conclusão Na composição das quatro vacinas aprovadas pela Agência Europeia do Medicamento, é possível encontrar substâncias em comum com a publicação do Facebook aqui em análise. Contudo, não são a maioria e é errado supor que os potenciais efeitos nocivos de cada um destes químicos — aqueles que fazem de facto parte das vacinas — não são tidos em conta na formulação dos medicamentos. A aprovação das vacinas por entidades como a Agência Europeia do Medicamento pressupõe a sua segurança e a análise de elementos como a combinação dos excipientes. Por outro lado, e regressando à publicação do Facebook, esta começa logo com a frase “O que as empresas farmacêuticas não querem que você saiba”. Ora, na verdade, e como sublinha o especialista em Farmacologia Joaquim Ferreira, “a listagem detalhada da substância ativa e excipientes é obrigatória e permite alertar quem possa apresentar um risco de reações alérgicas para essas substâncias” – ou seja, a informação sobre a composição das vacinas não é secreta. Assim, segundo a classificação do Observador, este conteúdo é: ERRADO No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é: FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos. Nota: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.
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