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| - Não há evidências de que o primeiro-secretário do Partido Comunista de Cuba em Camagüey, Ariel Santana Santiesteban, tenha sido preso e que manifestantes tomaram o controle da cidade, como alegam posts nas redes (veja aqui). Indícios reunidos por Aos Fatos apontam para outra direção: após os protestos de domingo (11), Santiesteban deu entrevista a uma TV para "desmentir as provocações inimigas", apareceu em fotos do ato pró-governo cubano de terça-feira (13) e de uma reunião sobre Covid-19 na quarta (14).
A peça de desinformação, que acompanha imagens e vídeos que não comprovam a alegação, reuniam ao menos 15 mil compartilhamentos no Facebook nesta sexta-feira (16) e recebeu o selo FALSO na ferramenta de verificação da plataforma (saiba como funciona).
O povo de Camagüey, Cuba, prendeu o primeiro secretário do Partido Comunista e assumiu o controle da cidade.
Sem apresentar provas, publicações nas redes sociais enganam ao alegar que o primeiro-secretário do Partido Comunista cubano em Camagüey, Ariel Santana Santiesteban, está preso e que manifestantes contrários ao regime socialista tomaram o poder na cidade. Indícios que Aos Fatos reuniu apontam que essa informação é falsa.
A alegação das postagens tem origem em dois vídeos que passaram a circular na terça-feira (13) em que mulheres não identificadas afirmam que Santiesteban foi preso por manifestantes, que tomaram o poder na cidade com o apoio da polícia. Um outro vídeo que provaria esta afirmação mostra apenas um grupo de pessoas protestando em uma rua sem encontrar resistência de policiais. A prisão e e a tomada de poder na cidade não foram noticiadas pela imprensa local ou internacional, como Aos Fatos verificou.
Além disso, registros audiovisuais indicam que Santiesteban está livre e permanece no cargo em Camagüey. Na terça, ele deu uma entrevista a uma TV estatal da cidade para “desmentir as provocações inimigas”. Nela, o primeiro-secretário diz que a vida na cidade transcorre normalmente e que os serviços não foram interrompidos.
Santiesteban também aparece em foto tirada durante um ato favorável ao regime comunista em Camagüey na terça (13). Há registro dele ainda em imagem publicada no Twitter na quarta-feira (14) em uma reunião do grupo de trabalho do combate à Covid-19.
Outro indício de que ele não teria sido preso é que o ritmo de postagens em sua conta no Twitter se manteve inalterado desde os protestos contra o governo, no domingo.
Em espanhol, esta alegação que circula agora em português chegou a ser checada pelo site venezuelano Espaja e pelo cubano Canal Caribe.
Os protestos de domingo (11) em Cuba contra o governo do presidente Díaz-Canel têm provocado desinformação nas redes sociais. Aos Fatos já desmentiu que um vídeo de comemoração na Argentina pelo título da Copa América seria registro das manifestações, que uma foto antiga do ex-presidente Raúl Castro provava que ele fugiu para a Venezuela e a gravação de um ato no Haiti que foi atribuída aos protestos na ilha caribenha.
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