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| - Não é verdade que a Smartmatic foi responsável pelas urnas eletrônicas e pela contagem dos votos nas eleições brasileiras de 2022, com apoio da Usaid (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional), como fazem crer posts nas redes. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) já desmentiu a alegação e afirmou que a tecnologia utilizada no pleito é nacional. A empresa britânica atuou em parceria com a Usaid em uma iniciativa eleitoral na Bósnia-Herzegóvina, não no Brasil.
Publicações nas redes com o conteúdo enganoso acumulavam 1.300 compartilhamentos no X (ex-Twitter) até a tarde desta sexta-feira (7) e também alcançaram dezenas de pessoas no Facebook.
A USAID doou meio milhão para a Smartmatic. Você se lembra da Smartmatic? Foi a empresa responsável pelas urnas eletrônicas de 2022 e contagem de votos, acusada de fraudar eleições.
Publicações nas redes mentem ao tentar associar a agência americana Usaid a uma suposta fraude eleitoral no Brasil com a participação da empresa britânica de tecnologia Smartmatic. Segundo as peças enganosas, a empresa seria responsável pelas urnas eletrônicas e pela contagem dos votos em 2022. A alegação, no entanto, é falsa. O TSE já desmentiu a acusação e esclareceu que a tecnologia utilizada nas eleições é nacional.
Ao contrário do que afirmam os posts, a Smartmatic não tem qualquer relação com a eleição brasileira, como já desmentido pelo Aos Fatos em outras ocasiões (veja aqui e aqui).
Conforme explicado pelo TSE, as urnas eletrônicas foram projetadas por servidores e técnicos da própria Justiça Eleitoral e “são produzidas, sob a sua direta coordenação, por empresas selecionadas mediante licitações públicas e de ampla concorrência, o que garante ainda mais segurança e transparência ao processo eleitoral”.
Também não é verdade que a Usaid doou US$ 500 mil à Smartmatic. Diferentemente do que sugerem as publicações, a empresa colaborou com a agência na implementação de tecnologia eleitoral nas eleições municipais da Bósnia-Herzegóvina, em 2024, fornecendo scanners para transmissão dos votos. As verbas americanas foram destinadas à comissão responsável pelo processo eleitoral.
Não há registro de pagamentos do governo americano à Smartmatic. Contatada pelo Aos Fatos, a empresa britânica reiterou que não prestou serviços para a Justiça Eleitoral em 2022 e que o contrato relacionado à Bósnia-Herzegóvina foi assinado pela ONG Democracy International, e não com a Usaid.
Íntegra da nota da Smartmatic
Nós realmente apreciamos o esforço que as agências de verificação de fatos estão fazendo para combater a desinformação.
Estas são as nossas declarações registradas:
1) A Smartmatic foi contratada pela Democracy International para conduzir um piloto relacionado ao apoio às eleições de outubro de 2024 na Bósnia e Herzegovina. O piloto foi concluído com sucesso e o contrato terminou logo após a conclusão da eleição.
Tanto o contrato como o processo de seleção foram acordados, assinados e conduzidos pela Democracy International.
2) A Smartmatic, sua tecnologia e serviços não estiveram envolvidos nas eleições brasileiras de 2022.
Conspiração. Desinformações sobre a atuação da Usaid começaram a circular depois de o bilionário Elon Musk, responsável pelo Doge (Departamento de Eficiência Governamental) do governo Trump, acusar a agência americana de ser uma “organização criminosa”. A Usaid teve suas atividades suspensas pelos próximos três meses.
No Brasil, desinformadores surfam na onda conspiratória de que houve interferência da agência nas eleições brasileiras de 2022 sem, no entanto, apresentar provas.
O caminho da apuração
Aos Fatos levantou informações junto ao TSE de que não há relação da empresa Smartmatic com as urnas eletrônicas ou com o software dos equipamentos eleitorais. A reportagem também usou comunicados oficiais da Usaid e notícias para contextualizar a relação entre a agência americana e a empresa de tecnologia eleitoral.
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