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  • É falso que Chapecó (SC) zerou o número de internações devido à adoção de um "tratamento precoce" contra a Covid-19, como afirmam publicações nas redes sociais (veja aqui). Além de inexistirem evidências da eficácia de medicamentos para tratar a infecção, a cidade catarinense mantinha nesta segunda-feira (5) 193 pacientes internados com a doença: 129 em UTI, 61 em leitos de enfermaria e três em outros setores. Publicações enganosas acumulavam ao menos 11.000 compartilhamentos no Facebook até a tarde desta segunda e foram marcadas com o selo FALSO na ferramenta de verificação da rede social (veja como funciona). Chapecó instituiu tratamento precoce e zerou internação. Apenas 7 estão em UTI, porque não fizeram o tratamento Chapecó, em Santa Catarina, não zerou internações por Covid-19 após ter adotado protocolo de "tratamento precoce". Segundo boletim divulgado nesta segunda-feira (5), a cidade tem 193 pacientes internados com a doença: 129 em UTIs (Unidades de Tratamento Intensivo), 61 em leitos de enfermaria e três em outros setores. Somente no maior hospital do município, o Hospital Regional do Oeste, havia 113 chapecoenses internados com a infecção pelo novo coronavírus no sábado (3): 61 em leitos de enfermaria e 52 em UTI. Ao ser questionada sobre a adoção de "tratamento precoce", a unidade de saúde disse não interferir na relação entre médico e paciente. As peças de desinformação também afirmam que o número de casos ativos na cidade caiu de 6 mil para apenas 800, atribuindo a queda ao “tratamento precoce” - mas não é informado o período em que essa redução teria sido observada. No dia 4 de março, a cidade contabilizou 5.555 casos ativos de Covid-19. Um mês depois havia cerca de 300. A redução não pode ser atribuída ao "kit covid", com cloroquina e ivermectina, que é incentivado pela prefeitura da cidade desde o ano passado. As drogas não têm eficácia contra a doença. Houve ainda um reforço no estímulo ao "tratamento precoce" em janeiro, um mês antes do colapso da rede hospitalar chapecoense. Também é omitido nas postagens checadas que Chapecó restringiu a circulação de pessoas através do fechamento de serviços não essenciais entre 23 de fevereiro e 7 de março para conter a escalada de casos e mortes por Covid-19. Segundo levantamento feito por Cristian Weiss, jornalista especializado em dados, ao portal NSC Total, as medidas restritivas resultaram em queda de 61% no número de casos ativos. As publicações checadas fazem referência a uma transmissão ao vivo na quarta-feira (31), onde o prefeito João Rodrigues (PSD) celebra o fechamento de uma das enfermarias do CAAC (Centro Avançado de Atendimento Covid-19). Porém, conforme divulgado pela própria prefeitura, o fechamento ocorreu devido as quase cem altas hospitalares e a transferência de 80 pacientes para outras unidades de saúde. Além disso, não há UTI no CACC, mas leitos de enfermaria e UTSI (Unidade de Terapia Semi-Intensiva), onde geralmente são atendidos pacientes que estão em processo de estabilização ou em estado de saúde não muito grave, mas que requer observação e monitorização contínua. Tanto no boletim publicado no site da prefeitura, quanto na página oficial do município, no Facebook, é possível constatar que, no dia 31 de março, havia 123 pessoas internadas em UTIs e 71 em enfermarias. Apenas no Hospital Regional do Oeste, haviam 66 moradores de Chapecó em UTI e outros 50 em leitos de enfermaria. Outro lado. Por e-mail ao Aos Fatos, a Prefeitura de Chapecó confirmou que foram zerados apenas os leitos de UTSI do CACC. Sobre o “tratamento precoce” a administração disse que foi dada liberdade para que os médicos prescrevessem o que considerassem necessários, e que “os pacientes suspeitos passam por triagem nas unidades de saúde, testagem, consulta e medicação”. Esta peça de desinformação também foi checada pelo Boatos.org e E-farsas. De acordo com nossos esforços para alcançar mais pessoas com informação verificada, Aos Fatos libera esta reportagem para livre republicação com atribuição de crédito e link para este site.
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