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| - “E a idoneidade? Maternidades privadas com uma média de 70% de cesarianas! Há unidades privadas com 100% de cesarianas. Resposta dos privados: o Estado quer gerir as unidades privadas”, destaca-se na resposta a um tweet de 8 de janeiro que suscitou dúvidas a vários leitores do Polígrafo.
Confirma-se que há maternidades privadas com taxa de “100% de cesarianas” nos partos realizados?
De acordo com os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE), referentes a 2020, nesse ano “efetuaram-se 83,9 mil partos nos hospitais portugueses, menos 2.496 partos em relação a 2019 (menos 2,9%), sendo que 75,1% foram realizados em hospitais públicos e, nestes, cerca de metade (50,2%) foram efetuados sem intervenção instrumental ou cirúrgica (partos eutócicos)”.
“Os hospitais privados efetuaram 14,4 mil partos (17,1% do total de partos), sendo que 12 mil (83,6%) implicaram a realização de cesariana ou o recurso a instrumentos de apoio como fórceps e ventosas (partos distócicos)”, informou o INE.
Em recente entrevista ao jornal “Expresso” (edição de 6 de janeiro de 2023), o diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Fernando Araújo, afirmou que “há blocos de parto privados que fazem 40 a 50 partos por ano, eventualmente um parto por semana e com taxas de cesariana de 100%. Eu tenho dúvidas se são blocos de partos ou se são blocos cirúrgicos, que é bem diferente”.
Contactado pelo Polígrafo, Araújo indica a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) como fonte para essa alegação.
Por seu lado, também questionada pelo Polígrafo, a ERS informa que “com base nos dados existentes na ERS, referentes a 2021, a taxa média de parto cirúrgico (cesariana), no total de partos, em Portugal Continental, foi de 50%. Nos hospitais do SNS, onde se incluem os dois hospitais geridos em regime de PPP, em 2021, a taxa média de partos cirúrgicos (cesariana) foi de 32% do total de partos, variando entre 23% e 47%, em 2021″.
De resto, “nos hospitais de natureza privada e social, a taxa média de parto cirúrgico (cesariana) foi de 82%, variando entre 43% e 100%, com três hospitais a apresentarem uma taxa de partos cirúrgicos (cesariana) de 100%“, confirma a ERS.
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Avaliação do Polígrafo:
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