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| - “O ‘espetáculo’ já foi transmitido hoje até à exaustão por todos os canais de TV! Para poder estudar o texto, fica aqui o termo de responsabilidade que terá de assinar para participar ativamente em conjunto com todo o restante ‘elenco’! Curiosamente, ou talvez não, a assinatura confirma a veracidade de algumas normais questões de saúde, em conjunto com o assumir que conhece os efeitos adversos! Esperemos que todos tenham chegado à parte final do texto, onde se refere a possibilidade de ocorrer anafilaxia”, alega-se numa das publicações detectadas pelo Polígrafo, mostrando o suposto documento ou formulário do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHLN).
O documento é autêntico? E confirma-se que a toma da vacina contra a Covid-19 pressupõe a assinatura de um termo de responsabilidade?
O Polígrafo confirmou a autenticidade da imagem do documento junto do CHLN que, em nota remetida por e-mail, assegurou porém que “não é obrigatório” ser preenchido, nem a administração da vacina contra a Covid-19 pressupõe a assinatura do mesmo.
“O questionário não configura um consentimento informado, tendo em consideração todo o contexto relativo à toma da vacina, dado que esta é voluntária“, sublinhou o CHLN, na resposta ao Polígrafo.
“O profissional de saúde que se dirige ao posto de vacinação tomou previamente a decisão de se vacinar, pelo que o procedimento não está na sua validade dependente de um esclarecimento ao profissional, para que este valide a sua realização – ao contrário do que se passa no âmbito de um procedimento cirúrgico ou outro evasivo que em momento anterior carece de validação do doente”, esclareceu.
De acordo com a mesma fonte, o questionário distribuído aos profissionais de saúde constitui “um exemplo de boa-prática e garantia da segurança na utilização da vacina, através da recolha sistemática e estruturada de informação clínica prévia à sua administração”, de forma a cumprir “a dupla função de recolha de informação para a decisão, em paralelo com disponibilização de informação relativa aos efeitos adversos descritos nos documentos regulamentares da vacina”.
“Tendo em conta a envergadura absolutamente histórica da operação de vacinação em massa contra a Covid-19 e o facto de estarmos perante uma vacina nova, mais se justifica do ponto vista clínico que os esclarecimentos – porque é disso que se trata – sejam objeto de informação específica. O objetivo é garantir toda a segurança e promover o melhor esclarecimento e a confiança dos profissionais“, concluiu o CHLN.
Em Portugal, o processo de vacinação arrancou no dia 27 de dezembro. A vacina é administrada em duas doses e é gratuita, facultativa e universal. Numa primeira fase foram selecionados “os profissionais de saúde diretamente envolvidos na prestação de cuidados a doentes Covid-19” de cinco centros hospitalares do Serviço Nacional de Saúde: o Centro Hospital Universitário de São João, o Centro Hospitalar Universitário do Porto, Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, o Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte e o Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central.
A primeira vacina foi administrada às 10h07m, com o médico António Sarmento, de 65 anos de idade, diretor do serviço de Infecciologia do Hospital de São João, a receber pelas mãos da enfermeira Isabel Ribeiro a primeira dose.
A Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), através de um comunicado, informa que “as reações alérgicas às vacinas do calendário nacional de vacinação são raras. As reações mais graves (reações anafiláticas) ocorrem em menos de 1/100 000 indivíduos”. Mais, salienta que “de acordo com a informação disponível, as reações alérgicas à vacina Pfizer-BioNTech para a Covid-19 serão também eventos raros“. Ainda assim, recomenda que esta vacina não seja administrada em doentes com antecedentes de reações alérgicas graves a vacinas.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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