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| - Tem origem no Brasil, onde se tornou viral através de milhares de partilhas em grupos do WhatsApp, mas entretanto já chegou a Portugal, através de outras redes sociais. É um vídeo no qual se denuncia que a Pfizer, empresa farmacêutica norte-americana que produziu uma das vacinas contra a Covid-19, terá patenteado um sistema com capacidade para rastrear pessoas vacinadas, através de micro-ondas e óxido de grafeno, supostamente um dos componentes da referida vacina que conectam as pessoas à Internet (mediante a rede 5G).
“A Pfizer acaba de patentear um sistema de rastreamento de pessoas inoculadas por controlo remoto. (…) A patente da Pfizer foi aprovada para rastrear seres humanos inoculados com o lixo que ela fabrica, em todo o mundo, por meio de micro-ondas e grafeno mantidos nos tecidos adiposos das pessoas inoculadas”, afirma o protagonista do vídeo em causa.
“Com a finalidade de rastrear o contacto remoto de todos os seres humanos vacinados em todo o mundo que estarão – ou agora estão – conectados à ‘Internet das coisas‘, por um link quântico de frequências pulsantes de micro-ondas de 2,4 GHz ou mais de torres de telefone e de satélites linkados diretamente ao óxido de grafeno mantido nos tecidos adiposos”, explica.
Estas alegações têm algum fundamento?
Começando pelo óxido de grafeno, tal como o Polígrafo já sublinhou, trata-se de uma falsidade. Em múltiplos artigos de verificações de factos esclarece-se que, na verdade, as vacinas contra a Covid-19 não apresentam esse nanomaterial (uma forma oxidada do grafeno) na respetiva composição.
Quanto à patente referida no vídeo, é um facto que existe, tendo sido registada nos EUA a 31 de agosto de 2021. Mas não tem qualquer relação com Pfizer, nem prevê o rastreamento de pessoas vacinas. A ideia consiste na criação de um sistema capaz de detectar pessoas mais susceptíveis a doenças infecciosas, com base na movimentação captada por dispositivos eletrónicos externos como telemóveis ou câmaras de segurança.
A patente foi registada por Gal Ehrlich e Maier Fenster, dois advogados de Israel especializados em patentes, sem qualquer ligação à Pfizer. Questionado pela Agência Reuters, Ehrlich garantiu que o sistema em causa não está relacionado com as vacinas contra a Covid-19, classificando as alegações do vídeo como falsas.
Ao contrário do que se afirma no vídeo viral, “o sistema descrito no registro norte-americano não prevê o ‘rastreamento de pessoas inoculadas’, mas propõe um método para estabelecer uma fila de prioridades no tratamento ou na vacinação contra doenças infecciosas. Uma das estratégias seria identificar potenciais super-contaminadores da doença com base em factores como profissão, histórico médico, frequência em ambientes fechados e círculo de amizades”, informou a Agência Lupa, noutro artigo de verificação de factos que classificou o vídeo como fake news.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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