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| - “O novo Centro de Saúde do Restelo está pronto há meses e não é inaugurado. Alguém sabe porquê? Não aceitam inscrições nem existe fila de espera e os utentes são encaminhados para o já saturado e velho Centro de Saúde de Alcântara, porque o da Ajuda e o que fica quase em Algés estão cheios”, denuncia-se numa publicação de 11 de janeiro, com origem num grupo do Facebook dedicado ao debate de problemas relacionados com a “gestão da Câmara Municipal de Lisboa”.
Ainda numa nota acrescentada ao post original, que mostra uma fotografia do Centro de Saúde aparentemente concluído, indica-se que “não foi inaugurado nas [eleições] autárquicas, apesar de na altura já estar pronto”.
De facto, o novo Centro de Saúde do Restelo, na freguesia de Belém, já está pronto há algumas semanas, apesar de ainda não ter sido inaugurado. Em 2017, a Câmara Municipal de Lisboa (CML) e a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) estabeleceram um acordo para a construção de 14 novas USF, entre as quais as do Restelo, Marvila e Ajuda que estava previsto abrirem portas no terceiro trimestre de 2021.
As novas USF da Alta de Lisboa, do Areeiro e do Alto dos Moinhos já estão em funcionamento, mas as do Restelo, Marvila e Ajuda estão atrasadas. Seguem-se as do Beato, Alcântara e Benfica (Fonte Nova), previstas para 2022. E, numa fase posterior, as de Campo de Ourique, Sapadores, Ribeira Nova, Arroios, Telheiras e Parque das Nações.
Ao jornal “Público“, a 18 de janeiro deste ano, a Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU), empresa municipal encarregada da construção, justificou a demora com a “necessidade de introduzir trabalhos adicionais de arranjos exteriores e acessibilidades na envolvente dos edifícios” e “atrasos na construção de ramais por parte de entidades externas”, além de “problemas relacionados com a Covid-19 dentro dos estaleiros e das obras”.
No caso específico da nova USF do Restelo, acresce o problema da falta de profissionais de saúde. Em declarações ao jornal “Público”, o presidente da Junta de Freguesia de Belém, Fernando Ribeiro Rosa, salientou que “o maior problema tem sido ao nível das equipas [de profissionais de saúde], que a Covid-19 não ajudou nada”. O autarca considerou mesmo ser “inadmissível” que a USF esteja “parada este tempo todo, quando há tanta gente sem médico de família”.
Ainda assim, segundo a ARSLVT, entidade responsável por fornecer equipamentos e profissionais de saúde para todas as USF previstas no programa de 2017, “não há atraso na entrada em funcionamento das unidades de saúde”, inclusive na do Restelo, que ainda não tinha sido entregue, à data, à ARSLVT pela autarquia.
Ora, contactada pelo Polígrafo, fonte oficial da autarquia de Lisboa lembra que “a Unidade de Saúde Familiar do Restelo foi construída ao abrigo de um acordo entre a CML e a ARSLVT” e informa que a obra, da responsabilidade da SRU, “está concluída“, sendo que na última segunda-feira, 24 janeiro, “foram entregues as chaves à ARSLVT”.
A CML adianta também que o edifício “está vistoriado e certificado, bem como as ligações feitas às redes de distribuição de água e energia”, refutando alguns comentários de moradores que chegaram a afirmar que as “questões burocráticas” da EDP estariam a atrasar o processo.
Sem avançar com uma data prevista para a abertura, as expectativas dadas pela SRU apontam para fevereiro de 2022, alguns meses após a data inicialmente programada. Ainda assim, o processo avançou e, como garante a CML ao Polígrafo, já “foram entregues as chaves” à ARSLVT no dia 24 de janeiro.
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Avaliação do Polígrafo:
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