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| - “Obra de uma artista afegã que se chama Shamsia Hassani. Ao partilharmos, estaremos dando voz a ela e a todas as mulheres afegãs que estão vivendo o inferno”, escreve o autor de uma publicação no Facebook, de 18 de setembro.
Na imagem partilhada é possível ver uma multidão de mulheres todas vestidas de negro e de costas. Em contraste, uma única mulher caminha para a frente, tem a cabeça descoberta e segura um livro nas mãos. Uma “voz de protesto” que tem sido atribuída a uma artista de origem afegã, Shamsia Hassani.
Será esta uma imagem de protesto criada pela artista referida na publicação?
Na realidade, a imagem fez parte de uma campanha publicitária na República Checa, em 2018, para a revista “Reporter Magazine“, produzida pela agência de publicidade Y&R. O Polígrafo encontrou a imagem num site em checo e pode ver-se que em vez de um livro vermelho, a mulher segura nas mãos uma revista do país.
A campanha incluía outras imagens semelhantes onde figuras solitárias seguem em caminhos opostos à multidão e seguram a revista: um soldado em sentido contrário ao pelotão e um homem em direção oposta numa manifestação. O fotógrafo responsável pela campanha intitulada “Questionar o radicalismo” foi o checo Pavel Hejny que partilhou a imagem na sua conta de Facebook em 2020, ano em que ganhou um prémio de publicidade.
[facebook url=”https://www.facebook.com/moscowfotoawards/photos/a.485652018214448/2598746756904953/”/]
A 14 de setembro, a própria artista citada nas publicações desmentiu a autoria da imagem. Shamsia Hassani escreveu: Sei que quiseram apoiar-me e apoiar o meu trabalho artístico, mas, por favor, certifiquem-se que dão o crédito ao verdadeiro artista.”
Em suma, a imagem não é da autoria da artista afegã Shamsia Hassani, mas do fotógrafo checo Pavel Hejny. Trata-se de uma fotografia para uma campanha publicitária publicada em 2018.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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