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  • Em conferência de imprensa, André Ventura não poupou António Costa a propósito da surpreendente escolha de João Galamba para a pasta das Infraestruturas. Para cimentar as suas críticas, o líder do Chega recordou vários episódios, com destaque para aquele que envolve o agora substituto de Pedro Nuno Santos e o ex-Primeiro-Ministro José Sócrates, entretanto caído em desgraça na sequência da Operação Marquês. Segundo Ventura, a credibilidade de Galamba está em causa por, entre outras coisas, ter “avisado” Sócrates de que estaria algo para acontecer na investigação do Ministério Público que em 2014 o visava. Será verdade que isso de facto sucedeu? A resposta é positiva e está documentada nas escutas que constam dos autos da Operação Marquês, no âmbito da qual o ex-Primeiro-Ministro foi detido e preso preventivamente, tendo acabado pronunciado pela prática de seis crimes, três de branqueamento de capitais e outros tantos por falsificação de documentos. De acordo com os documentos constantes do processo, em outubro de 2014 o então deputado socialista João Galamba reencaminhou para José Sócrates uma SMS proveniente de uma pessoa “bem informada”. Dizia assim: “Fala com o JS [José Sócrates]. Há sururus de que vai ser feita qualquer coisa contra ele muito rapidamente, se souber algo mais aviso.” Sócrates, que nessa altura já sabia estar sob investigação judicial, quis detalhar, mas Galamba afirmou não saber exactamente o que estaria em causa. De uma coisa tinha a certeza: “Vai ter exposição mediática.” De acordo com os documentos constantes do processo, em outubro de 2014 o então deputado socialista João Galamba reencaminhou para José Sócrates uma SMS proveniente de uma pessoa “bem informada”. Dizia assim: “Fala com o JS [José Sócrates]. Há sururus de que vai ser feita qualquer coisa contra ele muito rapidamente, se souber algo mais aviso.” Três meses antes, no último dia de julho, já a revista Sábado noticiara que José Sócrates poderia vir a ser detido para interrogatório no âmbito da Operação Monte Branco, a maior rede de fuga ao fisco e branqueamento de capitais. De facto, José Sócrates seria detido a 23 de novembro de 2014 por suspeitas de corrupção passiva, fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais, falsificação, recebimento indevido de vantagem e tráfico de influências. Esteve onze meses em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Évora. Em suma, as declarações de Ventura sobre a intervenção de Galamba no caso Marquês correspondem à verdade.
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