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| - “Continua tudo a fazer de conta! Quando foi publicado o Relatório Anual de Segurança Interna 2021 poucos ligaram ao que lá estava. Afinal a criminalidade em geral tinha subido menos de 1% e a criminalidade grave e perigosa tinha descido 7%. A comunicação social ficou sem tema para grandes parangonas, afinal Portugal continuava a ser ‘um dos países mais seguros do mundo‘! No entanto, para quem quisesse ler tudo lá estava, a criminalidade rodoviária tinha aumentado 12%“, destaca-se num post de 26 de julho no Facebook, mostrando uma imagem do que parece ser um acidente envolvendo uma bicicleta.
“Apesar dos números dramáticos em matéria de criminalidade rodoviária não se ouviu um clamor, um bruaá, não se convocaram reuniões de urgência, não se tomaram medidas excecionais, ‘tudo como dantes no quartel de Abrantes’. Mas bastaram umas rixas e uns desacatos na noite de Lisboa e Porto para que os dois autarcas destas cidades se começassem a preocupar com a criminalidade e o famigerado ‘sentimento de insegurança’ das suas populações. Mas quando saiu o RASI e lá constava que na região de Lisboa e do Porto dois dos crimes que mais cresceram foram a condução sob o efeito do álcool (+37% e +12%) e a condução sem habilitação legal (+16% e +20%) nenhum dos autarcas mexeu uma palha sequer”, acrescenta-se.
Os números indicados no texto estão corretos?
De acordo com o “Relatório Anual de Segurança Interna 2021” (RASI), “tendo em conta o aumento da circulação rodoviária” no ano passado, “fruto do plano de desconfinamento progressivo definido pelo Governo, houve um reforço das ações desenvolvidas na área da prevenção e segurança rodoviária, nomeadamente no patrulhamento e operações de fiscalização rodoviária de envergadura nacional que visaram o controlo de velocidade, o uso indevido do telemóvel, a condução sob influência do álcool, a segurança dos peões, os veículos de duas rodas a motor e o uso do cinto de segurança e sistemas de retenção de crianças
“Ainda assim, analisados os dados relativos à segurança rodoviária, respeitantes ao Continente e Regiões Autónomas, de forma agregada, verificaram-se mais 7.398 acidentes rodoviários (+6,9%). Os resultados demonstram a existência de menos quatro vítimas mortais (-1%), mais 273 feridos graves (+13,7%) e mais 3.333 feridos leves (+10,4%)”, informa-se no documento.
“Foram registados 31.315 crimes rodoviários, o que representa um acréscimo de 3.366 participações, correspondendo a uma variação de +12%“, destaca-se, indo assim ao encontro das alegações no post em causa.
Quanto à sinistralidade rodoviária, “em 2021, relativamente à natureza de acidente, tendo por base o Continente, foram os despistes que originaram o maior número de vítimas mortais (185) e as colisões o maior número de feridos graves (920). Os atropelamentos fizeram 47 vítimas mortais, o que representou uma redução de 20% face ao ano anterior”.
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Avaliação do Polígrafo:
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