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| - “Estamos aqui em Grijó (…). É um ato de racismo. Está aqui muita gente a andar e ninguém faz paragem. Só a nós, só aos ciganos. Só aos ciganos é que fazem isto. Nós também temos o direito de falar, não é estar sempre calados. O racismo tem que acabar, isto não pode ser assim. Estão muitos [carros] aqui a andar e só param os ciganos”, ouve-se no vídeo largamente partilhado nas redes sociais.
Embora algumas partes sejam inaudíveis, as imagens captadas mostram que os intervenientes estavam a ser autuados, mas por que motivos?
Contactada pela Polígrafo, fonte oficial da Guarda Nacional Republicana (GNR) confirma que o posto de Carvalhos realizou uma operação de fiscalização rodoviária no referido local, “direcionada para a deteção do tráfico de estupefacientes e para o cumprimento das medidas implementadas pelo ‘estado de emergência’, onde foram fiscalizados diversos veículos de forma aleatória“, tendo a mesma decorrido entre as 16h e as 20h do dia 12 de fevereiro.
A mesma fonte assegura ainda que, no decorrer da referida operação, “foi detida uma pessoa por tráfico de estupefacientes, foram elaborados cinco autos de contraordenação por infrações ao Código da Estrada e três autos de contraordenação por incumprimento das medidas do ‘estado de emergência’ e contenção da pandemia Covid-19″.
Quanto ao caso retratado no vídeo em causa, “foram identificados quatro homens e elaborados quatro autos de contraordenação, um por falta de seguro de responsabilidade civil obrigatório e três por incumprimento das normas em vigor no âmbito do ‘estado de emergência'”, esclarece a GNR.
Não tendo este sido um ato único, não é verdade que “só os ciganos” tenham sido parados, alegação desmentida pelos restantes autos efetivados pelo posto territorial de Carvalhos, em Grijó, nessa mesma tarde. A patrulha, fiscalização e sensibilização relacionadas com o “estado de emergência” e, em especial, com o dever geral de recolhimento domiciliário terão estado na origem desta operação, “sendo o patrulhamento orientado para os locais de maior circulação“, assegura a GNR.
Assim sendo, e segundo as declarações prestadas pela GNR, o vídeo divulgado nas redes sociais é verdadeiro e retrata um acontecimento real, mas a narrativa difundida sobre as circunstâncias da autuação carece de fundamento.
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Avaliação do Polígrafo:
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