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| - O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), decidiu abrir nesta quarta-feira (2) o processo que pode resultar no impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ao anunciar o ato, se disse amparado pela opinião pública — e por vários pedidos de impedimento recebidos pelo Legislativo.
Em parceria com o Volt Data Lab, Aos Fatos checou fala de Cunha sobre esses pedidos.
É uma decisão de muita reflexão e dificuldade. Nunca na história de um mandato houve tantos pedidos de impeachment. Não tenho nenhuma felicidade no ato que estou praticando.
De acordo com dados extraídos a partir do histórico de denúncias deimpeachment apresentados à Câmara dos Deputados a partir de 1990, nunca houve tantos pedidos de impedimento contra um presidente quanto houve contra Dilma.
O histórico foi enviado pela assessoria de imprensa da Câmara para Aos Fatos e Volt em outubro. Segundo esses dados, houve o seguinte montante de denúncias de impeachment protocoladas na Casa desde 1990:
- Collor: 20
- Itamar: 4
- FHC: 17
- Lula: 30
- Dilma: 42
O problema é Cunha usa o argumento do ‘clamor popular’ para dar legitimidade às suas ações. Cunha acusou o golpe com a provável admissibilidade do processo contra ele no Conselho de Ética da Casa que preside. Além disso, segundo pesquisa Datafolha, a rejeição de Cunha pode ser superior à de Dilma.
Em levantamento realizado entre os dias 25 e 26 de novembro, o instituto apontou que 65% dos entrevistados acham que deputados e senadores deveriam desencadear o processo, enquanto em agosto o número era 66%. Para 56%, entretanto, ela não será afastada. 62% disseram preferir a renúncia à Presidência.
Já 81% dos entrevistados disseram querer a cassação do mandato parlamentar de Cunha.
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