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  • O episódio tem lugar em cima de uma ponte. Nas imagens, com muito pouca qualidade, é possível ver sete homens ao lado de um camião de caixa aberta que carrega algumas figuras gigantes, supostamente representações religiosas hindus ou budistas. De um momento para o outro, os indivíduos sobem para o veículo e começam a atirar a carga ao rio. Nas últimas semanas o vídeo em causa tornou-se viral no Facebook, no Twitter e até no Instagram. Em todas as publicações, a descrição das imagens transmite a mesma ideia: “Os indianos estão a atirar os seus deuses ao rio por não serem capazes de os proteger da Covid-19. Agora estão prontos a aceitar Jesus como o seu senhor e salvador. Aleluia… a igreja está a progredir.” O clipe foi publicado também no YouTube, com a legenda “Indianos destroem os seus deuses”. [facebook url=”https://www.facebook.com/van.tertius/videos/2425372117566256/”/] A ideia que tem sido veiculada a quem se cruza com os posts é que existem grupos de hindus a destruir figuras religiosas por estarem zangados com os deuses em que acreditam, ou acreditavam, que não foram capazes de proteger um país que, com uma população superior a mil milhões de pessoas, é uma das nações do mundo mais afetadas pela pandemia, com mais de 150 mil infetados. [twitter url=”https://twitter.com/dorcas_kome/status/1257212421346701313″/] De qualquer maneira, é absolutamente falso que fiéis do Hinduísmo, na Índia, estejam a desfazer-se de figuras religiosas por estarem revoltados com o facto de os deuses não os terem protegido da pandemia, tal como dá conta a plataforma de verificação de factos da agência de notícias Agence France-Presse (AFP). Aliás, aquilo que o vídeo em causa mostra nada tem que ver com a Covid-19. É que as imagens foram publicadas pela primeira vez no Facebook em setembro de 2015 — muito antes da pandemia — e, tal como diz a legenda de um dos posts, retratam um ritual chamado Ganesh Chaturthi. [instagram url=”https://www.instagram.com/p/B_wf0dBA6jb/?igshid=1hfztmeotumc7″/] Trata-se, na verdade, de um festival que tem lugar todos os anos em agosto e setembro, como dá conta o jornal Times of India: no primeiro dia das celebrações, os crentes assinalam o Ganesh Chaturthi expondo estátuas do deus Ganesh nas suas casas, espaços públicos e escritórios. No último dia, fazem uma procissão com as figuras e, terminado o percurso, submergem-nas em águas de rios, lagos ou praias. Encontrada a explicação, é possível concluir que o vídeo mostra a parte final do festival religioso, precisamente o momento em que os crentes imergem as estátuas dos deuses em água, e não uma vingança decorrente da falta de defesa divina contra o novo coronavírus. Avaliação do Polígrafo:
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