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| - Foi a convite dos liberais, e na companhia assídua de Bernardo Blanco, que um grupo de youtubers, onde se inclui Tiago Paiva, visitou a 26 de abril a Assembleia da República. Num vídeo publicado no YouTube, este criador de conteúdos sobe ao púlpito para fingir um discurso para o hemiciclo. E é assim que o termina: “Ó [António] Costa, vai para o caralho.”
Quando Bernardo Blanco, o deputado liberal que deu cartas na Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP, disse a Tiago Paiva “podes fazer tudo, menos mostrar o cu aqui”, não estaria certamente à espera que o youtuber procedesse a insultar o primeiro-ministro. Tanto, que o partido veio a público lamentar o episódio. “Não podendo a IL condicionar a liberdade de expressão de qualquer cidadão, a opinião política de quem quer que seja e não tendo qualquer intervenção na edição daquele vídeo, é evidente que a IL não se revê de forma alguma na linguagem adotada e que a repudia, lamentando o embaraço causado à Assembleia da República”, escreveu o partido em comunicado.
Na sala onde estão expostos os quadros que a ex-deputada Joacine Katar Moreira queria retirar do Parlamento, por “colonialistas”, Tiago Paiva refere-se à ex-Livre como “a gaga”. Bernardo Blanco não faz gestão de crise e explica, de forma grosseira, que sim, era Katar Moreira quem queria retirar dali aquelas obras. Ainda ontem, Tiago Paiva publicou um novo vídeo, onde pede desculpas aos portugueses por não ter alargado o insulto a todo o Executivo socialista: “Grave é vocês andarem-nos a roubar. Isso é que é muito grave. Não nos podemos esquecer que o PS vive de mentiras.”
Segundo as regras aplicáveis ao acesso, circulação e permanência nas instalações da Assembleia da República, fixadas em Regulamento, aprovado em 1993 (Despacho n.º 1/93, de 19 de março), “os visitantes e os profissionais que se desloquem em serviço ao Palácio de São Bento só podem circular e permanecer nas áreas a que o cartão respetivo dê acesso”.
Ao Polígrafo, o Gabinete do Secretário-Geral da Assembleia da República explica ainda que “a captação de imagens fora das situações previstas no Regulamento está sujeita a autorização prévia do Secretário-Geral” e que, neste caso particular, “não foi feito qualquer pedido para captação de imagens ao Secretário-Geral”.
Apesar disso, e como “estas regras são de conhecimento geral, e têm vindo a ser cumpridas, nomeadamente, pelos Grupos Parlamentares e deputados”, o Regulamento em vigor “não prevê a aplicação de sanções, presumindo portanto que tais regras seriam sempre respeitadas”.
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