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| - “Uma equipa de reportagem da CNN foi apanhada a forjar a notícia de uma manifestação espontânea de muçulmanos moderados, que supostamente protestavam contra os atentados em Inglaterra”, começa a publicação partilhada no dia 13 de novembro.
No final da descrição, o utilizador de Facebook questiona: “depois de uma prova destas, quem é que pode continuar a dar crédito aos órgãos de comunicação social?” No post ainda está anexado um link para um vídeo no Youtube que, supostamente, comprova a situação.
O vídeo em questão — que provocou a propagação destes rumores há quatro anos — mostra vários equipamentos de captação de som e de vídeo, a polícia a organizar os manifestantes e os órgãos de comunicação social a “montarem” uma peça jornalística. Já na altura circularam publicações nas redes sociais sobre o suposto embuste da CNN.
Em 2017, o vídeo foi partilhado através de uma conta no Twitter, ao qual a conta oficial de relações públicas da CNN respondeu: “Isto é um disparate. A polícia permitiu que os manifestantes atravessassem a barreira policial para mostrar os seus cartazes. A CNN, juntamente com outros meios de comunicação, filmou-os simplesmente a fazê-lo.”
Fonte oficial da CNN disse à plataforma de fact-checking Snopes que o pequeno grupo de muçulmanos na vigília — que estava lá por vontade própria — pediu à polícia autorização para atravessar a barreira policial para ser fotografado. A polícia consentiu e levou-os até à sua posição. A fotografia foi “arranjada” apenas na medida do necessário para encaixar o grupo na câmara.
“Estávamos no meio de um espetáculo ao vivo quando eles apareceram, e eles puseram-se à nossa frente para que pudéssemos ver os seus cartazes. Para as pessoas sugerirem que o protesto foi encenado pelos media é ridículo”, aponta a CNN.
Como a Snopes verificou, em 2017, a CNN não foi o único órgão de comunicação social a cobrir esta vigília. Os jornalistas e o equipamento visto no vídeo publicado representavam várias organizações noticiosas, tais como a BBC, o “The Telegraph” e o “Evening Standard”.
No dia 3 de junho de 2017, oito pessoas foram mortas e 48 ficaram feridas num ataque terrorista que ficou conhecido por “London Bridge Attack”. Três terroristas numa carrinha atropelaram pessoas que atravessavam a ponte e, de seguida, saíram do veículo e ainda esfaquearam pessoas perto de um mercado. Acabaram por ser abatidos pela polícia.
A vigília em questão foi organizada pelo Conselho da Fatwa de Londres, uma organização islâmica, cujos membros tomaram uma posição contra estes ataques terroristas.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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