About: http://data.cimple.eu/claim-review/13e4cbc53cfe34eb102fc655bcf181d16f04f5769dc5654bd291c2d4     Goto   Sponge   NotDistinct   Permalink

An Entity of Type : schema:ClaimReview, within Data Space : data.cimple.eu associated with source document(s)

AttributesValues
rdf:type
http://data.cimple...lizedReviewRating
schema:url
schema:text
  • O conceito de antigo combatente, do ponto de vista legal, não se restringe aos ex-militares que participaram na chamada ‘guerra do ultramar’, incluindo também aqueles que estiveram nos territórios de Goa, Damão, Diu, Dadra e Nagar-Aveli (aquando da anexação pela União Indiana); Timor -Leste (entre o dia 25 de abril de 1974 e a saída das Forças Armadas portuguesas), bem como os militares que tenham participado em missões humanitárias. Porém, a guerra colonial é genericamente considerada como a que decorreu em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau, entre 1961 e 1975, territórios para onde foi mobilizada a esmagadora maioria dos designados ex-combatentes. O número de militares – de carreira ou recrutados à sociedade civil – chamados a este conflito é de forma consensual colocado na faixa dos oitocentos mil. Já na quantificação dos que – mais de quatro décadas depois – ainda estão vivos, as estimativas são bastante díspares. Os veículos dessas informações são as várias associações de antigos combatentes (através da contagem dos associados e de informação recolhida junto da Segurança Social), o PAN e o Governo (estes dois últimos nem sempre revelam a fonte de informação). Na ordem de grandeza desse número há dois paradigmas: até julho de 2020 (tempo até ao qual se apontava para cerca de 485 mil antigos combatentes vivos, a cifra que ainda hoje é referência nas redes sociais) e o pós-Julho de 2020, em especial desde Abril de 2021 (quando essa avaliação prospetiva passou a variar entre os quase 200 mil e os “mais de 300 mil”). O que separa estes dois tempos de estimativas tão diferentes? A preparação e aprovação de uma nova Lei (o Estatuto do Antigo Combatente) e a sua execução prática, ou seja, a monitorização do número dos seus beneficiários. Por isto mesmo, têm origem no próprio Governo previsões tão diferentes para o número de ex-combatentes vivos (incluindo militares presentes nas antigas províncias portuguesas na Índia, em Timor e nas missões humanitárias). Também as associações dos ex-combatentes tinham como padrão, nesse período, os 485 mil elementos vivos. Manuel Moreira Rodrigues, presidente da Associação dos Antigos Combatentes do Ultramar Português, explicou ao Polígrafo a razão para tal: “Este foi o número indicado pela Caixa Geral de Aposentações em 2019, quando quisemos saber junto da Segurança Social quantos éramos. Desde aí, não houve mais nenhuma atualização e não tivemos outra referência em que nos possamos basear.” No mesmo ano (2019) mas em duas legislaturas diferentes (a XIII, que terminou em Setembro de 2019, e a XIV, que ainda decorre) foi discutido e aprovado o já referido Estatuto do Antigo Combatente (EAC). Durante o primeiro Executivo liderado por António Costa, o Ministério da Defesa tomou a iniciativa política da criação do EAC. Quando anunciou, a 11 de abril de 2019, que tinha sido aprovada em Conselho de Ministros a respetiva Proposta de Lei, referiu no comunicado: “O universo de Antigos Combatentes – definido pela Lei 9/2002 (alterado em 2004 e 2009) – é atualmente de cerca de 485 mil cidadãos, com uma média de idades de 72 anos.” Por falta de sustentabilidade financeira para as medidas previstas nesse Estatuto – após as alterações aprovadas em sede de comissão parlamentar pelos partidos da oposição -, o Governo acabou por deixar cair a proposta em julho, no final dessa legislatura. No início da seguinte (a atual), vários partidos apresentaram Projetos de Lei que retomavam a formalização de um EAC. Num deles, o do PAN, de novembro de 2019, pode ler-se: “A aprovação deste Estatuto é uma medida de elementar justiça para com os 485 mil antigos combatentes que (…) vivem em condições sociais muito preocupantes”. Também as associações dos ex-combatentes tinham como padrão, nesse período, os 485 mil elementos vivos. Manuel Moreira Rodrigues, presidente da Associação dos Antigos Combatentes do Ultramar Português, explicou ao Polígrafo a razão para tal: “Este foi o número indicado pela Caixa Geral de Aposentações em 2019, quando quisemos saber junto da Segurança Social quantos éramos. Desde aí, não houve mais nenhuma atualização e não tivemos outra referência em que nos possamos basear.” O EAC acabou por ser mesmo aprovado em julho de 2020. As consequências financeiras das medidas por si fixadas obrigaram o Executivo, primeiro, a realizar previsões do número de beneficiários a abranger e, depois, já este ano, ao balanço dos que já fizeram prova dessa condição. Questionado pelo Polígrafo sobre os dados atuais, o gabinete de comunicação do Ministério da Defesa Nacional (MDN), esclareceu que “até ao passado dia 23 de Julho, e em pouco mais de três meses, foram enviados mais de 200 mil cartões de Antigo Combatente e de Viúva ou Viúvo de Antigo Combatente para as moradas dos destinatários”. É nesta dupla operação, sempre realizada pelo Governo, que os números são completamente distintos, muito abaixo da cifra inicial, e impossíveis de justificar com a pandemia (em Portugal morreram cerca 17.200 pessoas de Covid-19 desde Março de 2020). Logo no mês da aprovação do EAC, em entrevista à revista Sábado, a Secretária de Estado dos Recursos Humanos e Antigos Combatentes, Catarina Sarmento e Castro, referia que “antigos combatentes são mais de 300 mil” e que o número total de 400 mil “era fiável” se contabilizadas também as viúvas. Em Abril deste ano, após o Tribunal de Contas autorizar o contrato para a produção dos cartões de antigo combatente – instrumento de identificação essencial, recém-criado pelo Estatuto -, a governante reafirmou estes números (“trezentas e muitas mil pessoas”) quando discursava na inauguração do memorial ao Combatente de Caldas das Taipas – Guimarães. Questionado pelo Polígrafo sobre os dados atuais, o gabinete de comunicação do Ministério da Defesa Nacional (MDN), esclareceu que “até ao passado dia 23 de julho, e em pouco mais de três meses, foram enviados mais de 200 mil cartões de Antigo Combatente e de Viúva ou Viúvo de Antigo Combatente para as moradas dos destinatários. Deste total, cerca de 190 mil dizem respeito a antigos combatentes e mais de 14 mil a viúvas ou viúvos de antigos combatentes”. Um número muito aquém dos 485 mil, ainda que o MDN preveja bastantes mais pedidos e afirme que “calcula um universo total de quase 400 mil antigos combatentes, incluindo viúvas e viúvos”. É, portanto, impreciso dizer-se que há mais de 400 mil ex-combatentes da guerra colonial vivos. O número que, para já, pode ser garantido é o de cerca de 200 mil, contingente que o Governo acredita poder ascender aos “quase 400 mil” (mas com viúvas incluídas). Sublinhe-se que este valor diz respeito a todos os abrangidos pelo Estatuto do Antigo Combatente (não apenas quem esteve nas trincheiras de Angola, Moçambique e Guiné-Bissau). __________________________________________ Avaliação do Polígrafo:
schema:mentions
schema:reviewRating
schema:author
schema:datePublished
schema:inLanguage
  • Portuguese
schema:itemReviewed
Faceted Search & Find service v1.16.115 as of Oct 09 2023


Alternative Linked Data Documents: ODE     Content Formats:   [cxml] [csv]     RDF   [text] [turtle] [ld+json] [rdf+json] [rdf+xml]     ODATA   [atom+xml] [odata+json]     Microdata   [microdata+json] [html]    About   
This material is Open Knowledge   W3C Semantic Web Technology [RDF Data] Valid XHTML + RDFa
OpenLink Virtuoso version 07.20.3238 as of Jul 16 2024, on Linux (x86_64-pc-linux-musl), Single-Server Edition (126 GB total memory, 5 GB memory in use)
Data on this page belongs to its respective rights holders.
Virtuoso Faceted Browser Copyright © 2009-2025 OpenLink Software