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  • Mensagens em tom conspiratório circulam nas redes sociais sugerindo que houve uma sabotagem para derrubar o avião da Voepass que caiu na última sexta-feira matando 62 pessoas. Os conteúdos fazem referência ao fato de que havia médicos a bordo da aeronave, dando a entender que eles foram mortos para impedir que descobrissem uma cura para o câncer. Ainda não se sabe a causa do acidente, mas umas das hipóteses mais comentadas por especialistas até agora é de que o acumulo de gelo pode ter provocado a queda do avião. A checagem foi sugerida ao UOL Confere pelo WhatsApp (11) 97684-6049. O que dizem os posts Uma mensagem que circula no WhatsApp traz o seguinte título "Avião que caiu em Vinhedo-SP foi derrubado - Sabotado - Cura do Câncer - Quedas de aviões". O texto afirma que entre os passageiros havia "15 médicos oncologistas que iriam participar do Congresso Brasileiro de Oncologia em SP". A mensagem diz ainda que esses médicos faziam parte de "uma equipe de cientistas pioneiros no Brasil nos estudos científicos e alternativos do combate e cura do câncer". O texto conspiratório levanta suspeita ao afirmar, sem exemplos factuais, que há anos ocorrem "incidentes semelhantes com médicos cientistas que se envolveram na busca da cura do câncer". A mensagem cita ainda Gilberto Orivaldo Chierice, conhecido por ter desenvolvido a chamada "pílula do câncer", tratamento cuja eficácia não foi comprovada. O texto afirma ainda que o médico foi "encontrado morto" e que a causa da sua morte não foi revelada. Gilberto Orivaldo morreu em 2019 de infarto do miocárdio (leia aqui). Em um vídeo, um homem levanta suspeitas sobre as causas do acidente falando que entre as vítimas havia sete especialistas em sequenciamento genético que teriam sequenciado o vírus da covid-19. O conteúdo é compartilhado com o seguinte texto: "médicos mortos pela elite com queda de avião sabiam qual era o vírus da doença X e tinham informações de como parar a nova pandemia mundial". O homem fala uma série de termos científicos de forma ininteligível e alega que os médicos em questão tiveram relatórios reprovados pela OMS. Por que é falso Havia duas oncologistas entre as vítimas do acidente, e não 15. Segundo nota da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), estavam a bordo da aeronave da Voepass as médicas Arianne Albuquerque Estevan Risso e Mariana Comiran Belim. Elas eram residentes de oncologia clínica do Hospital do Câncer Uopeccan de Cascavel (PR). Número de médicos entre as vítimas do acidente foi atualizado algumas vezes. Inicialmente, o vice-presidente do CRM-PR, Eduardo Baptistella, chegou a divulgar que havia 15 médicos entre as vítimas (leia aqui). Depois, o número foi revisado para oito (leia aqui). Até este momento, porém, foram confirmados e identificados quatro profissionais médicos entre as vítimas do acidente aéreo. Segundo o Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR), quatro médicos, entre as vítimas do acidente, tinham registro no estado. Além das duas oncologistas, são eles: a pediatra Sarah Sella Langer e o radiologista José Roberto Leonel Ferreira (leia aqui). Congresso será no Rio, e não em São Paulo. Além disso, o Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica está previsto para acontecer em novembro no Rio, diferentemente do que diz a mensagem de WhatsApp (confira aqui). Ao UOL Confere, a SBOC afirma que não há nenhum evento da organização acontecendo em São Paulo esta semana. Já sobre o vídeo desinformativo, até o momento não há registro de que havia infectologistas entre as vítimas do acidente. Além disso, o UOL Confere procurou a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) para saber se as ilações feitas com termos científicos do homem no vídeo fazem sentido. A SBI respondeu que no vídeo "não são apresentadas fontes, embasamento ou qualquer informação para um debate técnico". Causa do acidente é investigada Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) obteve dados e áudios das caixas pretas do avião. O órgão informou que a aeronave estava com a documentação em dia e autorizada a voar. Os pilotos tinham o treinamento e as capacidades para operar a aeronave, segundo o Cenipa. Versão sobre gelo acumulado na fuselagem ter causado perda de sustentação não é confirmada e nem descartada. Os militares ressaltaram que é prematuro para conclusões relacionadas à causa do acidente. O acúmulo de gelo é uma possibilidade admitida pela Voepass. Mas o sistema de degelo funcionava normalmente no momento do acidente, segundo Marcel Moura, diretor de Operações da companhia aérea. Assim como os investigadores, ele acrescentou que é precoce apontar o gelo como causa da queda. Sugestões de checagens podem ser enviadas para o WhatsApp (11) 97684-6049 ou para o email uolconfere@uol.com.br. Deixe seu comentário
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