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| - Começando pelo contexto, no dia 29 de janeiro de 2022, o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, assim como a respetiva família, foram deslocados da residência oficial para um local não revelado devido a receios relacionados com os protestos anti-vacinas para a Covid-19. De acordo com a radiotelevisão pública canadiana CBC, a família de Trudeau foi transportada pelos serviços de segurança canadianos para um lugar seguro na capital, Otava.
“Mesmo que até ao momento os protestos tenham sido pacíficos, as forças de segurança do Canadá temem que elementos radicais que se juntem ao chamado ‘Comboio da Liberdade’ provoquem ações violentas. Entre os cartazes transportados pelos manifestantes que se começaram a reunir em frente ao edifício do Parlamento canadiano, há algumas mensagens obscenas e violentas dirigidas ao primeiro-ministro. Algumas mensagens sugerem ‘enforcar‘ o responsável político do partido Liberal (centro/centro-esquerda) por impor medidas de contenção da pandemia de Covid-19″, noticiou então a Agência Lusa.
O problema é que a imagem que está agora a circular nas redes sociais não foi captada em Otava, nem em qualquer outra cidade do Canadá. Na realidade não tem qualquer ligação a protestos contra as vacinas ou as medidas de contenção de pandemia, até porque nem sequer é recente.
A fotografia tem 30 anos e mostra Moscovo, na Rússia. A 10 de março de 1991, cerca de meio milhão de pessoas manifestou-se na praça Manezhnaya, ao lado do Kremlin, para exigir a saída do então líder soviético Mikhail Gorbachev. Num sinal de apoio a Boris Yeltsin, que tinha sido eleito como o primeiro presidente da Federação Russa, a marcha foi uma das maiores da história contemporânea do país.
O Polígrafo encontrou a fotografia na base de dados da Associated Press onde a legenda indica que se tratou da maior demonstração anti-governo em 73 anos na Rússia, desde a subida ao poder dos comunistas. A mesma imagem encontra-se na Getty Images, com um ângulo ligeiramente diferente.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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