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  • De acordo com o autor da publicação, o Papa Francisco não defendeu a possibilidade de uniões de facto entre casais homossexuais, mas tão só que “a família deve acolher o homossexual e não excluí-lo”, no âmbito de um sentimento de “caridade cristã”. Confirma-se que as declarações do Papa Francisco sobre uniões de facto entre homossexuais foram deturpadas? O documentário “Francesco“, realizado por Evgeny Afineevsky, contém excertos de entrevistas ao Papa Francisco. Num desses excertos, já divulgados, o Papa Francisco fala sobre os homossexuais e a necessidade de serem protegidos legalmente. “As pessoas homossexuais têm direito a estar em família, são filhos de Deus, têm direito a uma família. Não se pode expulsar uma pessoa da sua família ou tornar a sua vida impossível por isso. O que temos de fazer é uma lei de convivência civil. [As pessoas] têm direito a estar protegidas legalmente. Eu defendi isso”, afirmou. Na versão original do documentário, em língua inglesa, a expressão “una ley de convivencia civil” foi traduzida como “a civil union law” (lei de união civil). Em língua italiana, o sentido foi o mesmo: “una legge sulle unione civili”. Esta tradução esteve na origem das publicações nas redes sociais que questionam a verdadeira intenção das palavras do Papa Francisco e que acusam os meios de comunicação social de terem deturpado a declaração. O esclarecimento foi feito entretanto pelo arcebispo de La Plata (Argentina) e assessor teológico do Papa Francisco, D. Víctor Manuel Fernández, numa extensa publicação no Facebook, na qual sublinha que o Papa Francisco já defendia estas ideias quando era arcebispo de Buenos Aires. No texto, Fernández garante que para Francisco “o casamento tem um sentido preciso e só se aplica a uma união estável entre um homem e uma mulher aberta a comunicar vida”. Ainda assim, prossegue o arcebispo, “Jorge Bergoglio sempre reconheceu que, sem serem denominadas como casamento, existem efetivamente uniões muito estreitas entre pessoas do mesmo sexo”. Essas relações podem estar contempladas na lei e denominam-se como “‘união civil’ ou ‘lei da convivência civil’ e não casamento”, explica. Ou seja, de acordo com o assessor teológico, Francisco considera que essas duas expressões referem-se ao reconhecimento legal que deve proteger os casais homoafetivos. A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), por exemplo, reagiu às palavras do Papa Francisco sem colocar em causa o sentido com que foram noticiadas. Através de um comunicado, a CEP sublinhou que as declarações abordam “um direito de proteção legal dessas uniões, que não afetam a doutrina da Igreja sobre o matrimónio, reservado na Igreja Católica à união entre um homem e uma mulher”. ___________________________________ Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social. Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é: Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos. Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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