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  • O excerto do vídeo tem 20 segundos, mas chega para muitos utilizadores da Internet questionarem a validade das vacinas administradas pela Pfizer na Austrália. São várias as publicações sobre o assunto, que mostram o mesmo momento retirado de uma audição do Senado australiano no Comité de Educação e Empregabilidade. A audição aconteceu a 3 de agosto deste ano e é possível encontrar a transcrição no website do Parlamento australiano. A troca de palavras ouvida no vídeo é fidedigna, mas a resposta não está completa. No website do Parlamento da Austrália podemos ler que o Senador Malcolm Roberts pergunta: “Lemos que o vosso mandato de vacinas usava um lote de vacinas especialmente importado para a Pfizer, que não foi testado pelo TGA [Therapeutic Goods Administration — autoridade do medicamento da Austrália, equivalente ao Infarmed em Portugal]. Isso está correto?” Presentes na audição e lado a lado no vídeo estão dois responsáveis da Pfizer, o diretor médico da empresa na Austrália e Nova Zelândia, Krishan Thiru, e o diretor de assuntos regulatórios, Brian Hewitt. Quem responde é Hewitt: “A Pfizer comprometeu-se a importar um lote de vacinas especificamente para o programa de vacinação dos funcionários. Isso foi feito para que nenhuma vacina fosse retirada dos stocks do governo. O lote estava a ser entregue nas clínicas conforme necessário.” A última parte da resposta não está a ser partilhada nas publicações que questionam se a vacina administrada a funcionários da farmacêutica é “especial”. O vídeo completo está disponível aqui. Confrontada pelo Observador com as publicações que sugerem “lotes especiais” de vacinas para funcionários da Pfizer, a farmacêutica repete o argumento que Brian Hewitt levou ao Senado australiano. “Quando a vacina ComiRNAty se tornou disponível na Austrália, decidimos disponibilizar a proteção para os funcionários da empresa na região sem diminuir a quantidade de vacinas disponíveis naquele país. Dessa forma, importámos doses adicionais que foram disponibilizadas para os funcionários da Pfizer. Sublinhamos que os colaboradores da Pfizer receberam as mesmas vacinas e ao mesmo tempo que o público geral da população australiana.” A empresa esclarece também que o medicamento administrado a funcionários e à população em geral foi produzido na mesma fábrica. “A vacina ComiRNAty contra Covid-19 da Pfizer-BioNTech destinada aos funcionários da empresa e à população australiana foram produzidas e fornecidas pela fábrica da Bélgica, na Europa”, diz a empresa ao Observador. Sobre o lote de vacinas destinado a funcionários ter sido testado e autorizado pelo TGA, a Pfizer responde afimativamente “Essas doses foram objeto de avaliação e autorização de fornecimento pelo Therapeutic Goods Administration (TGA) (…), de acordo com a avaliação independente de qualidade do TGA para cada lote de vacina fornecido ao país (Austrália)”. Conclusão O vídeo que está a circular nas redes sociais tem apenas 20 segundos, é retirado do contexto e não mostra a resposta completa à questão colocada pelo senador Malcolm Roberts. A transcrição da resposta de Brian Hewitt, publicada no website do Parlamento da Austrália, esclarece que o lote de vacinas administradas a funcionários da Pfizer era diferente, mas o medicamento é o mesmo, com as mesmas componentes. O mesmo é indicado pela farmacêutica ao Observador, num esclarecimento em que a empresa explica que o medicamento em questão foi produzido e fornecido pela mesma fábrica. Para além disto, a Pfizer assegura que as “doses foram objeto de avaliação e autorização de fornecimento pelo TGA, de acordo com a avaliação independente de qualidade do TGA para cada lote de vacina”. Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é: ENGANADOR No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é: PARCIALMENTE FALSO: as alegações dos conteúdos são uma mistura de factos precisos e imprecisos ou a principal alegação é enganadora ou está incompleta. NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.
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