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  • “Coincidência: um vírus tão grave que precisa [de] fechar o mundo em casa, mas que não matou nenhum político conhecido. E eles nunca confinam (viajam, visitam outros países, estão sempre na rua). E como se vê no vídeo, eles estão também acima da lei”, destaca-se no post em causa, datado de 15 de março. O vídeo mostra imagens de uma recente festa promovida por um deputado brasileiro, Arthur Lira, para celebrar a sua eleição como presidente da Câmara dos Deputados, a câmara baixa do Congresso Nacional do Brasil. “Após ganhar a eleição e se tornar o novo presidente da Câmara, nesta segunda-feira [dia 1 de fevereiro], o deputado Arthur Lira (PP-AL) fez uma festa em um bairro nobre de Brasília. Lira e os convidados não usavam máscaras para prevenir o contágio por Covid-19. Na celebração, deputados, amigos e assessores do novo presidente da Câmara se aglomeraram e, em diversos momentos, trocaram abraços e apertos de mão. Um dos convidados era o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. Em determinado momento, Ramos cumprimenta Lira”, reportou o G1, portal de notícias da Globo. Mais, “a assessoria de Lira disse que não vai comentar a ausência de máscaras e de distanciamento social. A Secretaria DF Legal informou que ‘por se tratar de uma residência particular, não há previsão na lei para atuação fiscal'”. Quanto à festa, não há dúvida de que aconteceu. Mas confirma-se que a Covid-19 “não matou nenhum político conhecido”, como se alega na mesma publicação? Começando pelo Brasil, no dia 18 de março foi noticiada a morte do senador Sérgio Olimpio Gomes, aos 58 anos de idade. “Estava internado desde desde o início do mês no Hospital São Camilo, na capital paulista. Em 5 de março, ele foi transferido para uma unidade de tratamento intensivo (UTI). Ele é o terceiro senador vítima da Covid-19. Antes, morreram Arolde de Oliveira (PSD-RJ), aos 83 anos, em outubro do ano passado; e José Maranhão (MDB-PB), aos 87 anos, em 8 de fevereiro“, informou o G1. No dia 13 de março, Silvio Antônio Favero, deputado estadual, também morreu devido a complicações causadas pela Covid-19. Favero apresentara em fevereiro deste ano um projeto de lei para “assegurar o direito de o cidadão escolher ou não pela sua vacinação”. Mais, era contra a utilização de máscaras e a favor do recurso a medicamentos sem eficácia comprovada para a Covid-19. De acordo com a CNN Brasil, pelo menos 62 políticos brasileiros já faleceram por causa da Covid-19. Nos Estados Unidos da América (EUA) também há vários exemplos. Na página Ballotpedia está disponível uma lista, em constante atualização, de todos os políticos norte-americanos vítimas da Covid-19. Destaque para o falecimento de Herman Cain, antigo candidato à Presidência dos EUA, em julho de 2020. Cain era apoiante de Donald Trump e manifestou-se várias vezes contra a utilização de máscaras para conter a propagação da doença que viria depois a contrair, resultando na sua morte. Em África, Khalif Mumin Tohow, ministro da Justiça de Hirshabelle, um Estado autónomo da Somália, morreu no dia 12 de abril de 2020, no Hospital Martini da capital somali, Mogadíscio. Tinha testado positivo à Covid-19 no dia anterior. Por sua vez, Sekou Kourouma exercia as funções de secretário-geral do Governo da República da Guiné, tendo morrido de Covid-19 no dia 18 de abril de 2020, no Hospital Donka da capital guineense, Conacri. O cargo de secretário-geral equivale ao de chefe de gabinete (denominação mais comum na cena política portuguesa) do presidente, Alpha Condé. Korouma era parente do presidente Condé e já tinha sido ministro das Obras Públicas. __________________________________________ Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social. Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é: Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos. Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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