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| - “Não acho que o país tenha nada a ganhar em particular com mudanças sucessivas, nem acho que se governa bem inventando bodes expiatórios para os problemas que existem. Um dos problemas que o país tem tido é, em vários ministérios, haver uma instabilidade permanente. E eu orgulho-me de ter tido um Governo que é bastante estável e em que vários dos seus elementos fixaram novos máximos de estabilidade“, começou por enaltecer António Costa, na entrevista desta segunda-feira à noite, transmitida na CNN Portugal.
Confrontado com a recente saída de Eduardo Cabrita do cargo de ministro da Administração Interna, Costa voltou a enjeitar as críticas, referindo até que ele próprio esteve dois anos no cargo em causa e que “é um Ministério que dá pouca saúde a qualquer ministro“.
Quanto a Cabrita, o primeiro-ministro lembrou que este “foi o ministro que mais tempo esteve em funções enquanto ministro da Administração Interna“. Será verdade?
Ora, o cargo de ministro da Administração Interna, tal como hoje o conhecemos, viu como primeiro representante Joaquim Magalhães Mota, ainda no primeiro Governo provisório que tomou posse logo após o 25 de abril de 1974.
Nos cinco Governos Provisórios que se seguiram, todos com duração inferior a um ano, os ministros da Administração Interna foram-se alterando: Manuel da Costa Braz, António Arnao Metello, Alfredo Cândido de Moura e Vasco Almeida e Costa. Nenhum deles assumiu o cargo por mais de um ano.
Já nos Governos Constitucionais, os ministros da Administração Interna começaram a ficar no cargo durante mais tempo, mas dificilmente atingiam os dois anos consecutivos de governação. O primeiro a conseguir o feito foi Eduardo Pereira, no Governo liderado por Mário Soares, que assumiu o cargo ao longo de dois anos e cinco meses.
Quanto a José Silveira Godinho, que igualou Eduardo Pereira, e Manuel Dias Loureiro, ambos ministros da Administração Interna nos Governos liderados por Cavaco Silva, conseguiram permanecer no cargo durante mais de dois anos. Dias Loureiro, aliás, esteve três anos e 11 meses no Ministério da Administração Interna. Um novo recorde que só viria a ser batido por Rui Pereira, que assumiu funções durante quatro anos, um mês e quatro dias como ministro da Administração Interna de José Sócrates, no seu primeiro mandato.
Antes de Rui Pereira, António Costa tinha assumido durante mais de dois anos este cargo, também no Governo de José Sócrates. Mas foi Eduardo Cabrita que, entre 21 de outubro de 2017 e 4 de dezembro de 2021, se manteve durante mais tempo em funções na pasta da Administração Interna. Foram no total quatro anos, um mês e 13 dias no cargo.
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Avaliação do Polígrafo:
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