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  • A publicação em causa é do dia 3 de junho mas não é a primeira vez que circula nas redes sociais. A partilha contém a história de uma mulher chamada Ingrid que deu uma “pequena queda” e, passadas algumas horas, morreu e inclui a imagem de um esquema onde um coágulo sanguíneo impede o sangue de passar e deixa “áreas do cérebro sem irrigação sanguínea”. A história pretende chamar a atenção para a importância de identificar rapidamente os sinais associados aos acidentes vasculares cerebrais (AVC). A publicação pretende partilhar informações que podem “salvar vidas”, como se lê na imagem. Porém, o texto apresenta imprecisões. Ao Polígrafo, Francisco Araújo, coordenador do Núcleo de Estudos de Prevenção e Risco Vascular da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna e coordenador do departamento de Medicina Interna no Hospital Lusíadas de Lisboa afirma que “parece uma história que foi contada por alguém e – como quem conta um conto acrescenta-se um ponto – mudou um bocado”. A primeira questão a analisar é a relação entre a imagem e o texto: enquanto a imagem apresenta um esquema de uma situação de AVC isquémico – que acontece quando um coágulo sanguíneo que impede a irrigação de partes do cérebro –, o que vem descrito no texto é associado ao AVC hemorrágico, que resulta de um derrame ou uma hemorragia interna. No entanto, não há qualquer validação científica do que é escrito nem qualquer diagnóstico oficial. “O texto alerta, de facto, para coisas importantes”, afirma Francisco Araújo, referindo-se aos “sinais agudos que podem fazer a pessoa pensar que está na presença de um caso de AVC”. Em causa estão “a alteração da face, alteração da força do membro ou alteração da fala”, também conhecidos como os “3F” (fala, força e face). “Isto é verdade quer para a situação do AVC hemorrágico, quer para a situação do AVC isquémico, que é o mais frequente”, explica. As informações apresentadas na publicação não são suficientes para concluir o que aconteceu à mulher. “Podemos ter um traumatismo cranioencefálico, com derrame hemorrágico, causado por ter batido com a cabeça, ou um AVC isquémico em que a pessoa perde os sentidos, cai e bate a cabeça. Por isso é que é muito importante a vigilância após o traumatismo cranioencefálico“, prossegue o médico. Ou seja, se por um lado a queda da mulher pode ter causado um derrame, como é sugerido no texto, por outro, a própria queda pode já ter sido um sintoma de um AVC isquémico prévio. “Se tiver um acidente ligeiro ou moderado em que bata com a cabeça e for avaliado numa urgência, vão-lhe sempre recomendar que esteja atento a alguns sinais de alarme: cefaleias (dores de cabeça), vómitos ou alterações da visão que podem motivar a necessidade de uma reavaliação no serviço de urgência”, acrescenta o médico. Esta medida de prevenção permite aos profissionais de saúde detetar sintomas que possam surgir gradualmente, algumas horas depois de ter acontecido o embate. Se os “3F” são, de facto, sinais importantes para detetar uma possível situação de AVC, há um outro sinal que é identificado na publicação e que não é correto. Na publicação pode ler-se que se deve pedir “à pessoa que coloque a língua de fora” e “se a língua estiver enrolada, se ela pender para um lado ou para outro é sinal de um derrame”. Francisco Araújo explica que este procedimento “faz parte do exame neurológico para avaliar alterações nos nervos cranianos“, acrescentando que os sinais deste exame “são interpretáveis por um médico, não são interpretáveis por um leigo”. Segundo o Serviço Nacional de Saúde, “o AVC continua a ser uma das principais causas de morte em Portugal, sendo também a principal causa de morbilidade e de potenciais anos de vida perdidos no conjunto das doenças cardiovasculares”. Em 2006, foi criada a Via Verde do AVC, um projeto em parceria com o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) que pretende tornar mais rápida a chegada dos doentes ao hospital para serem observados, uma vez que “as primeiras horas após o início dos sintomas de AVC são essenciais para o socorro da vítima, pois é esta a janela temporal que garante a eficácia dos principais tratamentos”. Em Portugal, segundo dados de 2018, acontecem em média 10 casos de AVC por dia. Nesse ano, o INEM registou 3.496 casos que foram encaminhados para a Via Verde do AVC. Concluindo: a publicação contém informações importantes sobre a forma como identificar rapidamente sinais de um AVC, o que pode ajudar a salvar uma vida. Se identificar, em si ou em alguém, um dos três sinais conhecidos como “3F” – alteração na fala, alteração na força muscular ou alteração na face – deverá entrar em contacto com o 112, para que seja encaminhado para o hospital e observado por um profissional de saúde. Por outro lado, as informações presentes na história não são validadas por uma entidade médica nem são suficientes para fazer um diagnóstico e afirmar, com certezas, o que aconteceu a Ingrid. ________________________________ Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social. Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é: Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Verdadeiro” ou “Maioritariamente Verdadeiro” nos sites de verificadores de factos. Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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