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| - Um vídeo de nove segundos e um outro de 11 segundos, publicados no dia 8 de abril no Instagram, mostram uma intervenção policial, no bairro da Cova da Moura, na Amadora, com contornos diferentes dos habituais.
Fardados, pelo menos quatro polícias: três deles recuados, captados pela câmara apenas em curtas mudanças de ângulo, e um único acompanhado por dois indivíduos, junto a um edifício, a fazer uso do cassetete para quebrar algumas garrafas que se encontravam no chão ou ainda entre as grades de uma janela.
[instagram url=”https://www.instagram.com/p/CNZmpAugzF9/”/]
Na descrição que acompanha o registo, escreve-se o seguinte: “Segundo relatos dos moradores ‘eles [PSP] partem as garrafas para dizer que são recebidos com pedras e garrafas'”.
Embora tenha vindo a público no dia 8 de abril, o Comando Metropolitano de Lisboa não tem qualquer registo de ocorrências em dias anteriores próximos a esse. Filmado já durante a noite, alegadamente por um morador, confirma-se que o registo foi feito no bairro da Cova da Moura, como de resto comprovam as imagens abaixo.
Ao Polígrafo, Jakilson Pereira, membro da Associação Cultural Moinho da Juventude, sediada na Amadora, conta que “a experiência aqui [Cova da Moura] é que eles [PSP], antes de qualquer operação com câmara, vêm preparar o terreno”.
Preparar o terreno inclui, segundo o morador, “partir as garrafas” de forma a “utilizar como prova de que foram recebidos a pedradas ou com garrafas”.
Contactado pelo Polígrafo, o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP explica que, sempre que possível, “em algumas zonas da área metropolitana de Lisboa onde os polícias são, por vezes, confrontados com o arremesso de objetos, frequentemente garrafas de vidro, é promovida a sua recolha ou, em alternativa, a sua inutilização.
Assim sendo, defende o Comando, “pretende-se, desta forma, inviabilizar a utilização desses objetos contra os polícias, motivo pelo qual é possível verificar que as garrafas são reunidas a um canto do arruamento e inutilizadas“. A mesma fonte assegura que é “posteriormente promovida a sua remoção pelos serviços competentes”.
Versões distintas para o mesmo acontecimento: conclui-se, assim, que é autêntico o vídeo propagado nas redes sociais que mostra um elemento da PSP a mover e a quebrar garrafas de vidro na via pública, ação comum para a PSP que relata promover, como forma de proteção, ora a recolha destes objetos, ora a sua inutilização.
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Avaliação do Polígrafo:
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