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| - “Quem diria que automóveis e autocarros andaram em Portugal movidos a carvão e a lenha, provavelmente poucos acreditam, porém durante a II Guerra Mundial, mais concretamente entre 42 e 47 do século passado, devido à escassez de gasolina foram desenvolvidos equipamentos denominados como gasogénio que produziam gás combustível para alimentar motores de combustão interna, através da conversão de matérias-primas sólidas, no nosso caso, como já foi dito, carvão e lenha. Os principais construtores de gasogénios foram Reino Unido, França, EUA, Alemanha e Suécia”, lê-se no texto da publicação, datada de 4 de fevereiro.
“Na imagem, uma camioneta de carreira entre duas localidades do Minho”, acrescenta-se, exibindo uma fotografia a preto e branco do que parece ser uma camioneta com um cilindro na parte traseira. No topo do veículo são visíveis os nomes das localidades de “Arcos”, “Ponte de Lima” e “Viana”, o que leva a crer que faria o trajecto entre Arcos de Valdevez e Viana do Castelo, com passagem por Ponte de Lima.
Esta história é verdadeira?
Questionada pelo Polígrafo, Maria Fernanda Rollo, historiadora, professora na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e ex-secretária de estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, confirmou que “é verdade, sim. Esse recurso foi utilizado em vários contextos, incluindo automóveis. Há aliás imagens de carros a circular em Lisboa movidos a gasogénio“.
A informação é confirmada também por João Nunes, professor na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. O historiador sublinha que o gasogénio serviu para “atenuar a escassez de combustíveis derivados de petróleo” que resultou do “esforço de guerra, das estratégias de guerra económica, das dificuldades do imediato pós-Segunda Guerra Mundial”.
Em 2017, a “Notícias Magazine” publicou um artigo com o título “1942: Um táxi movido a lenha”, no qual surge uma fotografia de arquivo do “Diário de Notícias” mostrando um automóvel com um dispositivo de gasogénio e muitos curiosos a assistir.
Conclui-se assim que a publicação em causa difunde informação verdadeira. Por causa da escassez de combustíveis no decurso da II Guerra Mundial, materiais como a lenha e o carvão foram utilizados como combustível para automóveis e autocarros em Portugal.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
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Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Verdadeiro” ou “Maioritariamente Verdadeiro” nos sites de verificadores de factos.
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