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  • “Ele veio quente e hoje tá fervendo Ele veio quente e hoje tá fervendo Quer desafiar? Não tô entendendo Pra votar Bolsonaro minha mão já tá tremendo”. Os versos de apoio que citamos aqui ouvem-se numa paródia de apoio ao presidente brasileiro, batizada como “Proibidão do Bolsonaro”. E, segundo uma utilizadora do Facebook — uma dos muitos que nas últimas semanas partilharam a mesma teoria –, ouvem-se também durante uma prova de Rebeca Andrade, ginasta que competiu em Tóquio e que se tornou a primeira brasileira a ganhar duas medalhas olímpicas na mesma competição (prata na prova individual geral e ouro na prova de salto). Esta utilizadora mostra-se, aliás, satisfeita com a suposta escolha: “A música do meu presidente Bolsonaro deu um toque especial à performance da nossa brasileira”. Nos comentários, várias pessoas aplaudem a escolha e deixam palavras de apoio. Só que a escolha não foi essa. Apesar de no vídeo que a utilizadora publicou — e que se queixa de ter sido retirado pelo Facebook, mas continua disponível noutras publicações, no Instagram por exemplo — se ouvir, de facto, a letra da música, nos vídeos não manipulados da atuação pode constatar-se que a canção usada por Rebeca Andrade é apenas instrumental. O vídeo que circula nas redes sociais foi editado para sobrepor ao instrumental os versos de apoio a Bolsonaro. https://www.youtube.com/watch?v=bQWUoQHWe24 Na verdade, a música escolhida pela equipa da atleta é uma versão instrumental que mistura a conhecida canção funk “Baile de Favela”, de MC João, com “Toccata and Fugue”, de Johann Sebastian Bach. Isso mesmo foi confirmado logo pelo responsável pelo remix em causa, Misael Passos Júnior, que no Instagram falou do processo: “Com as ideias incríveis do Rhony de misturar Bach com funk, e a direção toda da Angela, a gente conseguiu um resultado muito legal. Lógico que acabei dando uma re-harmonizada no funk, mas ainda é funk Baile de Favela!”. Noutra publicação, a 25 de julho, voltou a publicar um excerto da canção, deixando os seus “parabéns” a Rebeca Andrade. Já a equipa de assessoria da atleta, questionada por vários jornais brasileiros, frisou que a música escolhida fez “referência unicamente à cultura do funk brasileiro”, afastando que tenha havido quaisquer intenções políticas envolvidas. Em entrevista ao Globo, o coreógrafo, Rhony Ferreira, também explicou que a escolha foi “chance de mostrar ao mundo nossa cultura”: “Esse funk retrata uma realidade brasileira porque, às vezes, o baile na favela é o refúgio ou o cantinho que o brasileiro tem para se divertir, para sorrir, pra esquecer as mágoas, os problemas, é uma festa”. O próprio autor da música original, MC João, também já veio pronunciar-se sobre o assunto. Citado pela Folha de São Paulo, o DJ distanciou-se da versão de apoio ao presidente brasileiro — “não autorizei e não compactuo com essa versão, que tem coisas grotescas e ofensivas” — e confirmou: “Não é verdade que a Rebeca escolheu essa música para homenagear Bolsonaro, pelo contrário, ela já tinha no repertório bem antes das eleições”. A paródia “Proibidão do Bolsonaro”, a que esta utilizadora do Facebook se refere como “Funk do Bolsonaro”, inclui mais versos polémicos: “E pras feministas, ração na tigela/ As mina de direita são as top mais bela/ Enquanto as de esquerda tem mais pelo que cadela/ Bolsonaro salta de paraquedas/ Bolsonaro, capitão da reserva/ E o Bolsonaro casou com a Cinderela/ Enquanto o Jean Wyllys só tava vendo novela”. Mas não é a única: o responsável por esta versão paródia de “Baile de Favela”, conhecido por MC Reaça, angariou milhares de visualizações com outras letras de apoio ao presidente brasileiro. O apoio era tão assumido que quando Tales Volpi, o nome verdadeiro de MC Reaça, foi encontrado morto em 2019, Bolsonaro fez um tweet em que lamentava a notícia: “Tinha o sonho de mudar o país e aposto em meu nome por meio de seu grande talento. Será lembrado pelo dom, pela humildade e por seu amor pelo Brasil”. Tales Volpi, conhecido como Mc Reaça, nos deixou no dia de ontem. Tinha o sonho de mudar o país e apostou em meu nome por meio de seu grande talento. Será lembrado pelo dom, pela humildade e por seu amor pelo Brasil. Que Deus o conforte juntamente com seus familiares e amigos. — Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) June 2, 2019 As condolências de Bolsonaro foram, no entanto, consideradas inapropriadas ou controversas por muitos, nomeadamente no setor da Cultura: é que Volpi, além de ser frequentemente criticado pelas letras sexistas que escrevia, foi encontrado morto depois de ter sido acusado de bater numa mulher grávida com quem mantinha uma relação extraconjugal. Conclusão A publicação que afirma que a ginasta Rebeca Andrade usou uma música de apoio a Bolsonaro nos Jogos Olímpicos de Tóquio é falsa. O vídeo está editado para sobrepor essa letra ao instrumental, que se trata de uma mistura entre Bach e um funk brasileiro, “Baile de Favela”. Tanto a assessoria da ginasta como o responsável pela remistura da música já vieram negar que tenha havido intenções políticas na escolha musical. Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é: ERRADO No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é: FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos. Nota: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.
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