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| - “Bill Gates entregou um cheque a uma jornalista dizendo-lhe para escrever a quantidade de dinheiro que ela quisesse. Ela respondeu ofendida: ‘Senhor Bill Gates, eu não falo disso. Perguntei qual é o segredo do seu sucesso.’ Ele entregou o cheque novamente, mas ela recusou-se a aceitar”, começa por dizer a publicação partilhada no dia 28 de setembro, que conta com dezenas de milhares de reações e mais de três mil partilhas.
Alega-se que o criador da Microsoft rasgou o cheque e disse: “O segredo do meu sucesso é que eu não perco nenhuma oportunidade como acabou de fazer. Se tivesse a filosofia de ver situações e propostas como oportunidades, poderia ter se tornado a jornalista mais rica do mundo. A diferença entre você e eu, é que eu vejo oportunidades em tudo e você viu tudo, menos uma oportunidade.”
O Polígrafo também encontrou publicações semelhantes, partilhadas nos últimos meses, em inglês, espanhol e francês. A imagem é sempre a mesma: Bill Gates ao lado de dois jornalistas com um presente na mão.
Mas esta história está bem contada?
A resposta é não. Aliás, de acordo com o vídeo da entrevista à qual corresponde a imagem publicada, não foi isso que aconteceu. A fotografia no post remete para uma entrevista a Bill Gates, a 26 de outubro de 2016, para o programa britânico “This Morning”, transmitido pela ITV, realizada pelos apresentadores Holly Willoughby e Ben Shephard.
Na conversa, o empresário fala do momento em que começou a interessar-se por computadores, da altura em que desistiu dos estudos e ainda responde a perguntas dos fãs. No fim, aos 5 minutos e 40 segundos, os apresentadores dão uma caneca personalizada com o nome do programa a Bill Gates. Em nenhum momento o criador da Microsoft fala sobre o segredo do seu sucesso, não faz nenhuma comparação com a apresentadora, nem oferece nada a ninguém.
Os representantes da Fundação Bill e Melinda Gates garantiram à Reuters e à “USA Today” que as alegações que circulam nas redes sociais são falsas.
O fundador da Microsoft tem sido alvo constante de desinformação e teorias da conspiração. No contexto da pandemia de Covid-19, por exemplo, foi acusado de lucrar com a doença, de querer controlar as pessoas com microchips e de ter um plano para diminuir a população mundial.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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