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| - “Notícia de última hora. Urgência nacional britânica. Guerra nuclear iminente. Veja o vídeo abaixo”, lê-se em inglês numa publicação no Facebook, de 20 de janeiro, que conta com milhares de partilhas. O post inclui um vídeo de cerca de quatro minutos, onde é possível ver o logotipo da BBC e a indicação de “breaking news”.
As primeiras imagens a aparecer são da suposta redação da BBC, depois surge um alegado jornalista que anuncia que houve um “grave incidente entre a Rússia e as forças da NATO” perto da Letónia. De acordo com o reportagem, a NATO teria bombardeado um avião russo, a família real britânica estaria a ser retirada para um lugar seguro e há, inclusive, um suposto alerta de emergência do Ministério da Defesa britânico que refere a ameaça de um ataque aéreo nuclear e aconselha a população a “procurar refúgio de imediato”.
O vídeo é autêntico? Não.
O vídeo partilhado é um excerto de um trabalho maior que não foi realizado pela BBC. Na verdade, trata-se de uma obra de ficção produzida por uma empresa irlandesa, Benchmarking Assessment Group, e remonta a 2016. Na altura, a empresa criou o vídeo para avaliar como “os seus clientes reagiriam a um cenário de desastre”.
As explicações sobre a origem da gravação foram dadas pela própria BBC, em 2018, quando as imagens se tornaram virais. No artigo, o canal de televisão britânico negou a autoria, explicou que o jornalista era, afinal, um ator chamado Mark Ryes, e que o trabalho era pura ficção.
[twitter url=”https://twitter.com/BBCNewsPR/status/986899650673332225″/]
Na altura, outros meios de comunicação também publicaram artigos sobre o desmentido da BBC, como os jornais “The Independent” e “The Telegraph“. A plataforma de fact-checking Snopes também verificou a informação.
Em suma, o vídeo é falso e trata-se de uma obra de ficção que volta agora a circular nas redes sociais devido à crescente tensão na região do Báltico. Também a Reuters e a Maldita classificaram a informação como enganadora.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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