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| - “Se, à capacidade do homem de negócios de sucesso, se juntar a grandeza humana de uma atitude filantrópica, a sociedade portuguesa será duplamente ganhadora. Por isso, quem quer o bem de Portugal e dos Portugueses não pode ter inibição em afirmar que precisamos de mais e não de menos empresários e gestores de sucesso (…)”. As palavras são de Cavaco Silva, então presidente da República, e tinham também como referente João Rendeiro, que estava ao seu lado, na qualidade de presidente da Comissão Instaladora da Associação EIS – Empresários pela Inclusão Social.
O discurso foi proferido a de 20 de novembro de 2006, no Palácio da Ajuda, em Lisboa, no jantar comemorativo da constituição da Associação EIS, que juntou diversos políticos e empresários: a então ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, alguns ex-ministros dessa mesma pasta (Roberto Carneiro, Marçal Grilo e David Justino), Luís Portela, Jardim Gonçalves e Rui Nabeiro são apenas alguns exemplos.
A associação tinha sido criada como resposta ao repto lançado uns meses antes pelo Presidente da República – na sua primeira sessão solene comemorativa do 25 de Abril, no Parlamento – para que os agentes políticos e económicos assumissem um “compromisso cívico para a inclusão social”.
Nesse jantar-cerimónia de 20 de novembro, Cavaco Silva afirmou que “é de esperar que, cada vez mais, os nossos homens de negócios bem sucedidos dêem exemplos visíveis de partilha e de solidariedade, contribuindo pessoalmente para que as novas gerações beneficiem de um Portugal mais justo, coeso e progressivo” e deixou uma saudação especial aos empresários e gestores que constituíram a associação “não só pela generosidade demonstrada, mas também pela visão moderna de que dão prova: a empresa pode, em simultâneo, criar valor e justiça social”.
A Comissão Instaladora da Associação EIS era presida por João Rendeiro (então presidente do BPP) e tinha como vogais, entre outros, Horácio Roque, Diogo Vaz Guedes, Eduardo Catroga, Alexandre Soares dos Santos e Pedro Queiroz Pereira. A Associação EIS – que mantém atividade até hoje, desde 2007 com a designação EPIS – foi fundada por intermédio de 100 associados (grande parte das principais empresas portuguesas) e contava igualmente com 12 parceiros.
Conforme noticiava então o “Público”, citando João Rendeiro, a EIS centraria inicialmente a sua atividade no combate ao insucesso e abandono escolar em articulação com o Ministério da Educação. Para tal, apoiaria os docentes com ações de formação e bolsas.
Segundo o “Jornal de Notícias“, os associados fundadores da EIS iriam pagar “anualmente 25 mil euros para financiar projectos de incentivo ao percurso escolar e ao empreendedorismo“.
É, portanto, verdadeiro que Cavaco Silva elogiou em jantar solene João Rendeiro e outros empresários por terem constituído uma associação empresarial para fomentar a inclusão social.
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Avaliação do Polígrafo:
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