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  • “Cada tipo de sangue tem um cardápio específico para ter mais saúde, reduzir o risco de doenças e até mesmo ajudar na perda de peso.” Este é um excerto de uma publicação do Facebook em que se expõe os alegados benefícios da dieta do tipo sanguíneo. Segundo o autor do post, as pessoas do tipo sanguíneo A devem ter uma dieta “rica em vegetais e completamente livre de carne vermelha”, além de “evitar a lactose e o excesso de grãos e gorduras más”. Por outro lado, as do tipo B devem privilegiar “saladas, laticínios e carne vermelha”. Já as do tipo AB devem preferir “frutos do mar, tofu, laticínios e grãos”, mas evitar “milho, carne e frango”. Por fim, as do tipo O são aconselhadas a comer “muita carne, peixe e aves” e a reduzir o consumo de “grãos, leguminosas e laticínios”, sendo o glúten “o seu grande inimigo”. Estas alegações sobre a dieta do tipo sanguíneo têm fundamento científico? Questionado sobre esta matéria, o nutricionista e cofundador da escola de formação Nutriens Academy, António Pedro Mendes, começa por explicar que estas alegações surgiram “com a publicação de um famoso livro de Peter d’Adamo”, no final dos anos 90. Segundo o coordenador do departamento de Nutrição do Sporting, este autor baseava-se numa tese evolucionista para defender que “determinado tipo de sangue, por ter sido dominante em determinada zona geográfica, poderia beneficiar mais ou menos de alguns alimentos”. Por exemplo, continua o especialista, a tese defendida por Peter d’Adamo “associa o tipo de sangue O à possibilidade de um grande consumo de carnes, por ser o tipo de sangue mais antigo e que, alegadamente, seria predominante nos nossos antepassados mais longínquos”. No entanto, acrescenta António Pedro Mendes, desde a publicação do livro, já foram feitos vários estudos sobre o tema e nenhum “consegue mostrar, de forma consistente, que determinado tipo de alimentos ou padrão tipo alimentar favoreça as pessoas com diferentes tipos de sangue”. O nutricionista aponta que o tema da dieta do tipo sanguíneo foi “amplamente estudado até 2014”. Contudo, o interesse dos investigadores foi diminuindo à medida que as alegações sobre este regime alimentar iam sendo contrariadas pela evidência científica. Apesar dos poucos trabalhos publicados recentemente, António Pedro Mendes refere uma investigação de 2021 que testou a teoria de que uma dieta vegan “favoreceria particularmente os grupos A, B e AB”. Ora, segundo as conclusões do estudo, “quando submeteram alguns indivíduos com excesso de peso a uma dieta vegan, todos perderam peso e melhoraram os seus níveis de colesterol e triglicerídeos, sem quaisquer diferenças entre grupos sanguíneos”. Assim sendo, conclui o nutricionista, “a partir do momento em que vários trabalhos mostram sempre a mesma coisa, não se pode dizer que o tipo de sangue vai influenciar a forma como metabolizamos os alimentos”. Visão semelhante tem o nutricionista Filipe Sousa que sublinha não existir “evidência que justifique fazer uma dieta consoante o tipo sanguíneo”. Isto é, “não há nada que nos mostre que devemos evitar certo tipo de alimentos por causa do nosso tipo sanguíneo”. Quais os riscos da dieta do tipo sanguíneo? Para ambos os especialistas, a restrição de determinados alimentos e o incentivo ao consumo de outros é o principal perigo desta dieta. Mendes defende, por exemplo, que “recomendar a alguém com o tipo sanguíneo O que coma mais carne é algo que não se justifica do ponto de vista da sustentabilidade, nem está em linha com a evidência epidemiológica sobre a relação entre o consumo de carne e a saúde”. Por outro lado, prossegue, “dizer a alguém do tipo O que deve limitar cereais e leguminosas” também “não está em linha com as recomendações”, dado que estes alimentos deveriam fazer parte da “base alimentar para promoção de saúde e como estratégia de sustentabilidade alimentar”. No mesmo plano, Filipe Sousa alerta para a “possibilidade de ocorrerem défices nutricionais” quando se restringe “grupos alimentares que fornecem determinados minerais, vitaminas ou macronutrientes”. O tipo de sangue tem relação com a saúde? Apesar de não existir relação comprovada entre o consumo de determinados alimentos e o tipo de sangue, Mendes lembra que “não podemos dizer que o tipo de sangue não tem relação com a saúde, porque há evidência forte de que pessoas que têm o tipo sanguíneo O têm menor risco de mortalidade cardiovascular ou de determinados tipos de cancro, nomeadamente do estômago e do pâncreas, relativamente a quem não tem o tipo O”. No entanto, reitera, este risco diminuído “não está relacionado com a parte alimentar, nem justifica uma alimentação específica para aquele tipo de sangue”. ___________________________ Avaliação do Polígrafo:
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