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| - Uma publicação partilhada no Facebook alega que sete mulheres — imigrantes muçulmanas — receberam 2.750 euros do município de Champs Montants, em França, para aprenderem a andar de bicicleta. “Sete mulheres do assentamento de imigrantes da Champs Montants, em Audincourt, receberam um prémio de 2.750€ do Fundo de Benefícios da Família por aprenderem a andar de bicicleta. A cerimónia de graduação aconteceu na vice-prefeitura, e as mulheres foram descritas como ‘pioneiras da emancipação'”, pode ler-se na publicação, que partilha uma fotografia de várias mulheres a segurarem o que parecem ser diplomas.
O caso saltou para a ribalta mediática devido a uma publicação, no X, feita pelo ex-candidato municipal da coligação entre o partidos Os Republicanos (de direita moderada) e o Reagrupamento Nacional (de extrema-direita). Charles Prats partilhou uma notícia do jornal regional L’est Republicain (que dava conta da entrega dos referidos diplomas) criticando a opção do município de Champs Montants, no leste de França. “Obviamente, as finanças da França permitem que o CAF dê 2.750 euros a cada uma dessas senhoras para ‘as ensinar a andar de bicicleta’. E você, querido contribuinte, o que acha?”, questionou.
Ao jornal Libération, o Centro Social de Saint-Exupéry d’Audincourt (a pequena cidade que está no centro da polémica) confirmou que foram gastos 2.750 euros, mas sublinhou que o valor serviu para cobrir as aulas de ciclismo de 14 mulheres (e não de sete), bem como para adquirir duas bicicletas para o centro, além de equipamentos de segurança (como capacetes). O Observador tentou obter esclarecimentos da instituição, mas não obteve resposta até à publicação deste Fact Check.
Uma das entidades que contribuiu para o montante total foi o Caisse d’allocations familiales de Doubs (o departamento onde se localiza d’Audincourt), o organismo responsável por pagar os apoios sociais. Segundo o CAF, o objetivo da iniciativa foi “apoiar a aprendizagem de ciclismo entre um grupo de moradores, num contexto de isolamento da comunidade e tendo em conta os obstáculos associados às viagens, desenvolver a sua autonomia, passeios em família e promover o uso de modos de transporte suaves”. A instituição sublinha, em declarações ao Libération, que as mulheres que participaram no programa não receberam prémios em dinheiro por terem frequentado as aulas de ciclismo.
Conclusão
É verdade que o Estado francês atribuiu um financiamento de 2.750 euros para pagar aulas de ciclismo. No entanto, o valor destinou-se a 14 mulheres (e não a sete) e também foi utilizado para comprar duas bicicletas e outro equipamento — para uso público da cidade de d’Audincourt. As verbas não foram atribuídas às participantes na formação sob a forma de prémio monetário, ao contrário do que referem as publicações que partilharam este conteúdo.
Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:
ENGANADOR
No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:
PARCIALMENTE FALSO: as alegações dos conteúdos são uma mistura de factos precisos e imprecisos ou a principal alegação é enganadora ou está incompleta.
NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.
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