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| - “Nunca vimos um qualquer satélite a derreter ou a cair aos pedaços devido às temperaturas naquela altitude. Tal como nunca colidem uns com os outros nem necessitam de reparações. Ao olhar para o céu, durante o dia ou noite, você nunca pode ver um suposto satélite a brilhar, refletindo a luz do Sol ou voando em frente à Lua”, começa por se salientar na descrição do vídeo em causa (tradução livre a partir do original em língua inglesa) que está a ser difundido viralmente no Instagram e demais redes sociais.
“Em todos esses vídeos falsos de agências espaciais fraudulentas, quando supostamente em ‘órbita‘, você só os vê a fazer reparos na ISS [Estação Espacial Internacional] quando parece – sonora e visualmente – que estão numa instalação de flutuação subaquática e eles nunca vão mostrar um satélite a passar a 17 mil milhas por hora [cerca de 27 mil quilómetros por hora]. Eles não utilizam um único dos elementos que podem suportar essas temperaturas elevadas de calor”, denuncia-se.
Para depois concluir: “Nada faz sentido. Todo esse lixo espacial deve estar a cair aleatoriamente de volta à Terra enquanto colidem uns com os outros, especialmente ‘na velocidade em que estão a viajar’, é iminente. Ainda estamos a utilizar tecnologia de base terrestre para a maior parte das nossas comunicações atualmente. Acorda, Neo…”
Logo na abertura do vídeo apresenta-se uma teoria alternativa: “Veículos mais-leves-do-que-o-ar, aeronaves e plataformas de alta altitude são muitas vezes percecionados erradamente como satélites pelo público em geral. Então, à noite, quando você observa um daqueles pontos em movimento no céu e acredita que é um satélite, na realidade é um destes balões iluminados.”
Mais à frente reforça-se a teoria com mais alegações (e interrogações). “Se é para acreditarmos nas histórias da NASA, então aqui está uma pergunta: Como é que os satélites sobrevivem à temperatura de 4.000°F [2.204℃] no espaço? Existem apenas sete elementos na tabela periódica que podem suportar esse calor e nenhum deles foi utilizado para satélites”.
Tem algum fundamento esta ideia de que “a NASA mente” e “os satélites são um mito” pois não resistiriam às altas temperaturas no espaço?
Em resposta à “Lead Stories”, plataforma norte-americana de verificação de factos, Daniel Hout, porta-voz da NASA, explica que “isso é enganador e uma perceção errada sobre as temperaturas experimentadas no espaço sideral. A única vez que naves espaciais, satélites ou qualquer coisa feita por humanos e lançada no espaço depara com temperaturas nesses extremos é quando estão a reentrar na atmosfera da Terra a grandes velocidades“.
“A órbita de um satélite vai decair com a passagem do tempo (pequenas quantidades de arrasto atmosférico podem diminuir gradualmente a altitude de um satélite até ele ficar tão baixo que reentra na atmosfera e arde). Quando fica suficientemente baixo, o arrasto torna-se capaz de trazer o satélite para as partes superiores da atmosfera da Terra e o atrito resultante – entre um objeto que se move a milhares de milhas por hora e as partículas de ar em redor – gera um calor tremendo“, descreve o porta-voz da NASA.
Por outro lado, no artigo da “Lead Stories” remete-se para informação divulgada na página do Smithsonian’s National Air and Space Museum, em Washington DC, EUA, sobre como um satélite – por exemplo, a Estação Espacial Internacional – suporta as elevadas temperaturas no espaço: “Ainda que a temperatura na termosfera possa atingir 2.000℃, não existem suficientes moléculas de gás para transferir o calor até aos materiais e é por isso que os astronautas e a Estação Espacial não derretem.”
Quanto à alegação de que “ao olhar para o céu, durante o dia ou noite, você nunca pode ver um suposto satélite a brilhar, refletindo a luz do Sol ou voando em frente à Lua”, também é refutada pelo porta-voz da NASA.
“Podem ver-se satélites a partir da Terra. Na maioria são demasiado pequenos e não refletem luz suficiente para serem vistos a olho nu, mas há exceções. A Estação Espacional Internacional é facilmente observável sem ajuda, a partir do solo, mas é substancialmente maior do que do que um satélite normal de comunicação e dispõe de enormes painéis solares refletivos“, salienta Hout.
“Desde o lançamento dos satélites Starlink, da SpaceX, é comum ver imagens de observadores terrestres desses satélites refletindo a luz numa linha, logo após chegarem à órbita, antes de se reposicionarem”, conclui.
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Avaliação do Polígrafo:
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